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quinta-feira, 3 de abril de 2014

José de Anchieta foi declarado santo!

No final do ano de 2013 o Sr. Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo Metropolitano de Aparecida (SP) e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)  informou que havia recebido um telefonema do próprio Pontífice, no qual Francisco assegurava a declaração de Anchieta como santo.


O Brasil vibrou por ver seu grande evangelizador escrito no rol do santos. Mais tarde se confirmou que a Canonização não possuía um milagre e não seguiria o estilo das canonizações comuns, mas, se apelaria ao processo chamado de "canonização equipolente".



A canonização equipolente ou equivalente acontece quando o Santo Padre alarga a toda a Igreja o preceito do culto de um servo de Deus que ainda não foi canonizado, mediante a inserção da sua festa litúrgica, com missa e ofício, no Calendário da Igreja universal. 



A assinatura deste decreto da canonização acontece de maneira simples e privada, não com a solenidade e a fórmula das canonizações habituais. Para a canonização equipolente são necessários três requisitos: prova do culto antigo ao candidato servo de Deus, atestado incontestável da fé católica e das virtudes do candidato e a fama ininterrupta de milagres intermediados pelo candidato. Quando a veneração do santo já está bem estabelecida nas tradições da Igreja, porém, por diversos motivos o processo formal de canonização não foi concluído pode-se apelar a canonização equipolente.



José de Anchieta nasceu na região espanhola das ilhas canárias. Ingressou na Companhia de Jesus, fundada por Santo Inácio de Loyola para pregar missões e evangelizar os pagãos, em 1551.

Ao ser acolhido foi mandado para os estudos em Portugal , a fim de evitar que pudesse sofrer com a rigorosa Inquisição do Reino da Espanha, uma vez que possuía ascendência judaica pela parte materna.


De saúde frágil e débil foi enviado para o Brasil, recém descoberto pelos portugueses, ainda como noviço em 1553 para auxiliar no processo de colonização e cristianização da civilização indígena. Biógrafos contam que quando da partida seus superiores acreditavam que Anchieta nem atracaria em terras de Santa Cruz, antes, que morreria no caminho. 

O jovem missionário não só chegou com saúde como também se sentiu revigorado com os ares desta região. Em 15 de junho de 1553 iniciava a saga de Anchieta neste longínquo Brasil. 

Foi ordenado sacerdote aos 32 anos de idade, na época em que o Governador-Geral do Brasil, Mem de Sá, travava guerra para expulsar os franceses das terras brasileiras

Aqui catequizou e batizou os índios. Evangelizou os pagãos e converteu os pecadores. Anunciou o evangelho e promoveu a pessoa humana. 





Escreveu diversos poemas, contos e programou uma gramática tupi-guarani. Além de missionário incansável e fundador de cidades e povoados, o “Apóstolo do Brasil” foi teatrólogo, historiador, gramático e poeta. Anchieta escreveu em verso e prosa, seja em português, espanhol, latim ou tupi. Sua ação evangelizadora cruzou os umbrais da igreja, ainda nascente nestas terras, e se solidificou como princípio norteador e fonte basilar da sociedade civil brasileira. 





Em 24 de janeiro de 1554, Festa da Conversão de São Paulo Apóstolo, Padre Anchieta fundava o Colégio de São Paulo, que foi o embrião da grande metrópole da cidade de São Paulo. Tantos anos depois, esta data nos chega pela carta escrita, de próprio punho, pelo jesuíta desbravador. Na carta, Anchieta narrava que na comunidade da redondeza havia 130 pessoas, das quais 36 já filhos de Deus, pelo sagrado batismo.


Durante sua vida apostólica, toda vivida no Brasil, desempenhou diversas funções para os jesuítas e na igreja local, entre elas a de Superior Geral da Companhia de Jesus nestas terras (1577-1587). 

Com a idade de 63 anos se retirou para Reritiba, hoje Anchieta, no Espírito-Santo. Lá, veio a falecer. Seu corpo foi sepultado em Vitória e o Brasil perdia o homem que por 43 anos se dedicou, de corpo e de alma, a ação evangelizadora na Terra de Santa Cruz. Anchieta é o baluarte da civilização brasileira. Do céu, olha por cada um de nós e por nossa nação. 

O Beato João Paulo II - a ser canonizado também em 2014 - beatificou José de Anchieta em em 22 de junho de 1980, no Vaticano. O processo de beatificação, iniciado ainda no século XVII, parece ter sido dificultado pela perseguição aos jesuítas, perpetrada pelo Marquês do Pombal, mas já em 1622, várias pessoas tinham sido ouvidas no processo, relatando milagres e grandes valores do padre jesuíta. Agora o Papa Francisco o inscreve no roll dos santos.




Agora, mesmo com o adiamento de 24 horas, o Apóstolo do nosso chão é o mais novo santo da Igreja, e rogamos ao Bom Deus que muitas graças sejam derramadas sobre nossa nação, pela intercessão de São José de Anchieta, evangelizador do Brasil. 

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