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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Dom Bosco, santo, nosso modelo

Apropriemo-nos da experiência espiritual de Dom Bosco para caminhar na santidade segundo a nossa vocação específica !


“A glória de Deus e a salvação das almas”


"Estamos a concluir o triênio de preparação para o Bicentenário do Nascimento de Dom Bosco. Depois de dedicar o primeiro ano a conhecer a sua figura histórica e o segundo ano a evidenciar os seus traços fisionômicos como educador e atualizar a sua práxis educativa, neste terceiro e último ano pretendemos ir à fonte do seu carisma, apropriando-nos da sua espiritualidade" Comentário do Reitor-mor dos salesianos, P. Pascual Chávez V.

Neste dia 31 de janeiro, com toda Igreja Universal, celebramos São João Bosco, Pai e Mestre da Juventude! Dom Bosco, além de padre e educador, é santo, e sua espiritualidade impulsiona a juventude a serem bons e honestos cristãos e santos cidadãos. Dom Bosco é pai da juventude que reza, caminha, curte, luta, trabalha, sonha, corre na conquista de seus ideais. Mas também é pai dos jovens que não creem, em nada esperam, que são atingidos pela globalização consumista e atacados por políticas públicas que agridem o direito da juventude. 

Dom Bosco é santo e nos ensina o caminho da caridade, do amor à Deus, à Liturgia; nos ensina a obediência como meio para alcançar o prêmio eterno. Em Maria, Dom Bosco nos aponta a Mãe e exemplo de educadora: Auxiliadora dos cristãos. 


"A verdade decisiva da fé cristã é que o Senhor verdadeiramente ressuscitou! Por isso, a vida definitiva com Deus é a nossa meta última e também a nossa meta desde agora, porque se fez realidade no corpo de Jesus Cristo. A espiritualidade juvenil salesiana é pascal e se deixa invadir por este significado escatológico. A tendência mais radical no coração do jovem é o desejo e a busca da felicidade. A alegria é a expressão mais nobre da felicidade e, com a festa e a esperança, é característica da espiritualidade salesiana. A fé cristã é anúncio de felicidade radical, promessa e comunicação da “vida eterna”. Estas realidades, contudo, não constituem uma conquista, mas um dom que nos manifesta ser Deus a fonte da verdadeira alegria e da esperança. Sem excluir o seu valor pedagógico, a alegria tem, antes de tudo, um valor teológico; Dom Bosco vê nela uma manifestação imprescindível da vida da graça" P. Pascual Chávez, SDB, Reitor-mor.





Que Dom Bosco e Maria Auxiliadora interceda pelo nosso apostolado, pelos leitores, pela Família Salesiana e por toda juventude!

Guido Marini celebra 49 anos e ainda permanece no Oficio Litúrgico!

Hoje, 31 de janeiro, Monsenhor Guido Marini celebra 49 anos de vida. Desde outubro de 2007, é ele o Mestre de Cerimônias Litúrgicas do Sumo Pontífice, tendo servido inicialmente a Bento XVI e agora ao Papa Francisco.
 
 
 
 
Marini nasceu em Gênova em 1965 e foi ordenado sacerdote pelo Cardeal Giuseppe Siri, em 1989, incardinando-se em sua Arquidiocese natal. Nela serviu como professor e diretor espiritual do seminário, secretário particular de três Arcebispos Metropolitanos, os Cardeais Giovanni Canestri, Dionigi Tettamanzi e Tarcísio Bertone, com este último acumulou ainda o oficio de Cerimoniário Diocesano, mantido pelo seu sucessor o Cardeal Angelo Bagnasco até que o Santo Padre o convocou a Roma.
 
 
Guido Marini, como Mestre das Cerimônias Litúrgicas do Sumo Pontífice sucedeu a Dom Piero Marini, ordenado Bispo - com dignidade Arquiepiscopal - em 1998, pelo Beato João Paulo II. Apesar de possuírem o mesmo sobrenome os dois negam qualquer parentesco.
A transferência, segundo conta-se, foi arquitetada pelo então Cardeal Secretário de Estado, Tarcísio Bertone, que quando Arcebispo de Gênova contou com o auxílio de Guido nas celebrações litúrgicas. Piero, o Arcebispo antecessor, teria tomado conhecimento de sua sucessão apenas quando a notícia foi vinculada nos meios de comunicação. Desde então ele ocupa o Conselho para os Congressos Eucarísticos Internacionais.
A atuação de Guido Marini à frente da liturgia papal parecia estar mais de acordo com as preferências de Bento XVI, eleito em 2005. Houve uma mudança significativa na liturgia, que foi ocorrendo de forma gradativa. Costumes e paramentos que há muito estavam guardados foram retomados. O Papa e seu Cerimonário-Mor pareciam querer dizer: não há um antes e depois do Concílio, não existe o conceito pré-conciliar e pós-conciliar. Há uma só a Igreja de Cristo, sob a guia de Pedro.


O Papa, quando ainda Cardeal Ratzinger, já nos falava da "hermenêutica da continuidade" e Guido Marini em sua obra "Misterium Salutis" - Mistério da Salvação, Introdução ao Espírito da Liturgia, de 2010 -  nos alerta sobre a necessidade de não repudiarmos as práticas aplicadas antes ou depois do Concílio Vaticano II, como se estivéssemos em uma guerra branca.
 
 
 



Contrariando tudo o que a "grande e sensacionalista mídia blogueira" católica afirmou sobre as relações de Francisco e de Guido o Monsenhor se mantém no ofício litúrgico. Houve sim, não podemos negar, uma mudança no que chamamos "estética litúrgica", entretanto, o espírito e a nobreza das celebrações papais se mantém o mesmo.
 
 
 
 
 














Guido, sobretudo nos primeiros dias do pontificado de Francisco, foi e é um esteio para o Papa. Vemos que inúmeras vezes, mesmo durante as celebrações, o Pontífice aconselha-se e toma orientações com seu cerimoniário. Para o Papa o protocolo vaticano ainda é um pouco novo e na busca do êxito, Guido Marini desempenha um papel fundamental ao qual Francisco será sempre grato.
 
Nós, de longe e de perto, também agradecemos a Monsenhor Guido Marini, Protonotário Apostólico, por seu trabalho a frente das celebrações litúrgicas pontifícias! O empenho em nos fazer penetrar nos mistérios de Cristo e sua busca para que compreendamos que a Igreja é uma só, sem divisões cronométricas ou conciliares.
 
Que Deus o abençoe, Mons. Guido! Feliz Aniversário!

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O Papa faz nomeações para o Brasil

Nesta quarta-feira, 29 de janeiro, o Santo Padre o Papa Francisco fez duas nomeações para o episcopado brasileiro. O Romano Pontífice nomeou um novo Bispo para Guarulhos (SP), diocese que estava vacante desde 2013 quando do falecimento de Dom Joaquim Justino Carreira, e acolhendo o pedido do Arcebispo Primaz do Brasil, Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, de contar com um novo colaborador do seu múnus episcopal, nomeou um novo Bispo Auxiliar para a Arquidiocese de São Salvador da Bahia.

Para Bispo da Diœcesis Guaruliensis o Papa nomeou:
 Dom Edmilson Amador Caetano, O.Cist.
Até então Bispo Diocesano de Barretos, no interior de São Paulo.


Dom Edmilson, que tem 53 anos de idade e pertence à Ordem dos Cistercienses, foi Abade do Mosteiro de Nossa Senhora de São Bernardo em São José do Rio Pardo entre 1997 a 2008, quando sucedeu ao Abade Dom Orani João Tempesta, nomeado Bispo de São José do Rio Preto.

Em Barretos, Dom Edmilson estava desde o ano de 2008, quando de sua Ordenação Episcopal. Sua transferência se dá no mesmo Estado de São Paulo, porém, deixará uma região mais interiorana e passará a um grande centro urbano e popular que congrega a Diocese de Guarulhos.

Foi nomeado como IV Bispo Diocesano em sucessão a Dom Joaquim Justino Carreira, um português que veio a falecer em novembro de 2013, vítima de câncer, aos 63 anos de idade. A Diocese de Guarulhos ainda chorava a perda do seu segundo Bispo, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, falecido em 2011, quando recebeu a notícia do câncer e do falecimento de seu novo pastor alguns meses depois. 

Guarulhos é uma diocese que está inserida numa região populosa e com desafios pastorais palpitantes. Ainda jovem, pois o Beato João Paulo II a criou em 1981, possui um longo e belo caminho a ser percorrido.
Rogamos a Nossa Senhora da Conceição, padroeira da Diocese, e a São Bernardo de Claraval, a cuja ordem pertence este prelado, que intercedam por seu pastoreio à frente desta porção do Povo de Deus. 
 
 
Para Bispo-Titular de Feradi maggiore e Auxiliar da Archidiœcesis Sancti Salvatoris in Brasilia,
Mons. Estevam dos Santos Silva Filho,
Do clero da Arquidiocese de Vitória da Conquista.

Mons. Santos Silva tem 45 anos e atualmente exerce, dentre outras, as funções de Pároco da Paróquia de Nossa Senhora das Candeias em Vitória da Conquista, ecônomo da Arquidiocese e diretor do Seminário Maior Arquidiocesano Nossa Senhora das Vitórias.
Sua Ordenação Episcopal está marcada para 30 de março em Vitória da Conquista. A Arquidiocese de Salvador passará, com esta nomeação, a contar com um quarto Bispo Auxiliar, que se junta a Dom Gilson Andrade da Silva (2011), Dom Giovanni Crippa, IMC (2012), e Dom Marco Eugênio Galrão Leite de Almeida  (transferido de Bispo Diocesano de Estância, no interior de Sergipe, em 2013), além do Arcebispo Primaz, Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, e do Cardeal Arcebispo Emérito, Dom Geraldo Magella Agnelo.

Que o Bom Deus cumule seu ministério episcopal de muitas bênçãos e sua vida possa gerar muitos frutos ao reino.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O Boi Mudo eloquente!

Em 1248 no Studium dominicano de Colônia, havia um jovem frade italiano, com cerca de 24 anos, que chamava a atenção para si: ele era alto, gordo - muito gordo - e de rosto plácido. Seu nome? 

Tomás de Aquino! 

Tomás nasceu na Itália em Roccassecca, atual região do Lazio, em 1224. Filho de uma das mais nobres e ricas famílias italianas. Foi educado, desde os seis anos, pelos beneditinos na Abadia de Monte Cassino, fundada pelo próprio São Bento de Núrsia. 

Aos quinze anos de idade, contrariando a família, deixou a abadia e desejou seguir a Ordem dos Pregadores, os Dominicanos, fundados como mendicantes pelo espanhol São Domingos de Gusmão. O pai, Conde Landulf de Aquino, lhe ofereceu dinheiro suficiente para conquistar o Arcebispado de Napóles e a própria abadia de Monte Cassino, mas o filho rejeitou. Diante da negação a família aprisionou o jovem em uma das torres do castelo, levando até ele uma prostituta a qual Tomás expulsou aos berros, dizendo: "Quero ser dominicano". 

Vendo que seria impossível dissuadir o filho da vocação à vida eclesiástica e medicante, Tomás é liberto, mesmo sendo causa de vergonha para os Aquino, que eram da mesma família que o Imperador Barba-Roxa, Frederico II.


Tendo iniciado os estudos da Teologia, ele os cursa por seis anos em Paris e por dois em Colônia; lá tem como mestre o próprio Santo Alberto, Magno. No Studium dominicano, era comum encontrar Tomás murmurando pelos cantos da clausura. Alberto via nele um profundo potencial intelectual, já seus colegas - mesmo reconhecendo suas capacidades - acreditavam que ele não passava de um frade com hábitos incomuns. 

Por ficar passar muito tempo resmungando e ruminando certas palavras recebeu o apelido de Tomás, o Boi Mudo! 

Conta-se que Tomás era brando demais para se importar com a jocosa "alcunha" que recebera. Porém, Santo Alberto Magno teria se incomodado com o apelido e certa vez disse: "Sim, é um boi mudo, mas, eu vos garanto que há de mugir tanto que abalará o Universo".


Em 1251 já estava formado em Teologia. Apenas cinco anos depois o Papa Alexandre IV manda que Tomás de Aquino seja catedrático na universidade de Paris, ao mesmo tempo que convoca São Boaventura. Sua carreira acadêmica ganha largueza e ele se torna, muito rapidamente, um expoente da Teologia e da Filosofia. O Papa Alexandre IV o fez seu conselheiro e os seus sucessores Urbano e Clemente IV fizeram o mesmo, dando a ele uma espécie de  função que equivaleria à de "Teólogo da Cúria Romana".

Durante sua vida, inúmeras são as obras e as contribuições, quer filosóficas, teológicas e mesmo poéticas de Tomás. Obras como: Dois preceitos da caridade, Saudação angélica, Suma contra os gentios, Comentários sobre as obras de Aristóteles, Lauda Sion e a Summa Teológica fulguram entre as jóias raras que sua inteligência incomum nos legou.

Reduzir a obra e o pesamento de Santo Tomás de Aquino à Summa Teológica, mesmo que esta seja sua obra prima, é coloca-lo sob um rótulo e uma limitação que não condiz com suas capacidades. Em Tomás vemos o apogeu da Escolástica e as contribuições que são basilares para a fé e para razão.


Na sua luta por aprofundar-se nos pensamentos de Aristóteles e de Estagirista, com a ajuda do tradutor Frei Guilherme de Morbeke, vemos o ardente desejo de que o homem possa servir-se da razão. No aristotelismo não o objetivo de se chegar às coisas sobrenaturais, divinas e transcendentes pela razão, mas, proceder a um trabalho de abstração, de purificação e refinamento dos resultados adquiridos pelos sentidos, que nos levem a uma fé consciente e embasada; portanto, fé e razão se entreajudam e se complementam.

Tomás de Aquino, o nobre que se fez mendigo, o gordo boi mudo que foi homem de virtudes e de capacidades, também foi grande na fé. Aos olharmos hinos como "Pangue língua" temos certeza de que o Santo de Aquino era uma alma profundamente com os pés no chão, mas, totalmente voltado para Deus. Não podemos encará-lo apenas como teólogo e filósofo e, por isso, nos esqueçamos do frei, do santo.


Quando estava no leito de morte, Tomás pediu que recitassem ao pé do seu ouvido não fórmulas doutrinárias ou sentenças lógicas, mas sim, o cântico dos cânticos. Tomás de Aquino morreu em 1274, aos 49 anos de idade, ao som dos cânticos que falavam dos pássaros, da beleza e da liberdade.


50 anos após sua morte, em 1323, era inscrito no roll dos santos e em 1567 foi declarado Doutor da Igreja. Assim ganhamos no céu um verdadeiro intercessor, um homem humilde e simples, que negou as riquezas deste mundo, até mesmo rejeitando a púrpura cardinalícia que o Papa lhe quis entregar para em tudo servir a Deus, Nosso Senhor.

Ó Doutor dos Anjos! Ó Doutor comum, nosso santo intercessor!

sábado, 25 de janeiro de 2014

Paulo: um contínuo convite a ser seguido!


Celebramos a Festa da Conversão de São Paulo. A história deste apóstolo do Senhor já é conhecida de todos nós: o perseguidor que se tornou perseguido; de Saulo para Paulo; o judeu irrepreensível que se transformou no grande propagador da fé em Cristo Jesus.

Paulo era – segundo suas próprias palavras  - um “Judeu, nascido em Tarso da Silícia, mas fui educado nesta cidade [Jerusalém], instruído aos pés de Gamaliel, em todo o rigor da Lei de nossos pais e cheio de zelo pelas coisas de Deus..." (cf At 22, 3). Um judeu profícuo, que após ter feito a experiência com o Ressuscitado (cf Gal 1, 11-12). Foi capaz de ser uma das principais colunas da Igreja de Cristo, sob qual está alicerçada nossa fé.





E a respeito desta experiência resplandecente, desta experiência com o Cristo Ressuscitado, o Santo Padre, Bento XVI, destaca que a “conversão de São Paulo não foi uma passagem da imoralidade à moralidade - a sua moralidade era alta; de uma fé errada a uma fé reta, a sua fé era verdadeira, embora fosse incompleta mas foi o ser conquistado pelo amor de Cristo”[1].

Com efeito, ao fazermos memoria de sua conversão somos também convidados a nos converter cotidianamente. Não por razões sinestésicas, meramente sentimentais; mas sim por razões concretas, que nos motivem à uma legítima transformação, não só de nossas vidas, mas, do meio à nossa volta.


Paulo e sua conversão sempre foram causa de inspiração e de ânimo para nossa vida como homens e mulheres cristãos. Foi no longínquo 25 de janeiro de 1554, quando Frei José de Anchieta celebrou “em paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa”[2], onde alguns anos depois o colégio foi construído e se tornaria o embrião da atual cidade de São Paulo. 




O Apóstolo do Brasil – que muito em breve será canonizado - consagrou ao Apóstolo dos Gentios o que séculos mais tarde seria a maior cidade de nosso país e a terceira maior arquidiocese do mundo. Uma metrópole que possui, desde os primórdios, um solo cristão em suas raízes e tem o patrocínio de São Paulo desde a sua origem.



Hodiernamente esta cidade homônima ao Apóstolo dos gentios constituiu-se rica em contrates, sendo possível encontrar grande suntuosidade em paralelo à extrema pobreza; grandes concentrações religiosas - como a canonização do primeiro santo brasileiro, Frei Galvão -, como excessivas manifestações culturais contraditórias aos ensinamentos da Santa Igreja.


Mas qual a razão para a origem e proliferação destas contradições?

A resposta para este pertinente infortúnio é simples, é a omissão, ou total abandono da vida eclesial. No ano de 2007 o Papa Bento XVI, em um discurso na própria cidade de São Paulo, nos apontou o razão para tal consequência.

Sua Santidade justificou que a “falta de uma evangelização em que Cristo e a sua Igreja estejam no centro de toda explanação. As pessoas mais vulneráveis ao proselitismo agressivo das seitas - que é motivo de justa preocupação – e incapazes de resistir às investidas do agnosticismo, do relativismo e do laicismo são geralmente os batizados não suficientemente evangelizados, facilmente influenciáveis porque possuem uma fé fragilizada e, por vezes, confusa, vacilante e ingênua, embora conservem uma religiosidade inata”[3].

Destarte, que a exemplo destes dois grandes homens de Deus – Paulo o Apóstolo dos gentios e Anchieta o Apostolo do Brasil - sejamos capazes de zelarmos por uma fé viva e ardente, aumentando em nós uma lealdade mais plena, e uma conversão diária, afim de que o nosso orgulho diminua e Cristo cresça em nós.








São Paulo precisou não enxergar para ver a luz do caminho, da verdade e da vida. Esta conversão nos deixou uma lição importante: que ao fecharmos os olhos ao nosso orgulho, possamos abri-los à Cristo e ao próximo. Rogamos a São Paulo, que por sua conversão “oferece-nos o modelo e indica-nos a vereda para caminhar rumo à plena unidade”[4].




[1] Homilia do Papa Bento XVI, 25 de janeiro de 2009. http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/homilies/2009/documents/hf_ben-xvi_hom_20090125_week-prayer_po.html

[2] Portal São Francisco: História da cidade de São Paulo - Fundação. Página visitada em 23 de janeiro de 2014. http://www.webcitation.org/66M19W25G

[3] Discurso do Papa Bento XVI, 11 de maio de 2007. http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2007/may/documents/hf_ben-xvi_spe_20070511_bishops-brazil_po.html

[4] Homilia do Papa Bento XVI, 25 de janeiro de 2009.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Álvaro Del Portillo será Beatificado em 27 de setembro

 
Dom Álvaro Del Portillo o primeiro sucessor de São Josemaria Escrivá a frente do Opus Dei será beatificado em Madrid, sua terra natal, em 27 de setembro de 2014 após vinte anos de sua morte. 

Álvaro nasceu em 11 de março de 1914 na capital espanhola e formou-se em engenharia civil. Em sua juventude teve contato com o Opus Dei, que havia sido fundado há pouco menos de 07 anos, ao qual se incorporou em 1935.
 
Após tomar parte na obra recebeu do próprio fundador, o Pe. Josemaria Escrivá, os ensinamentos e o espírito que compunham o Opus Dei, por ele fundado em 02 de abril de 1928. Del Portillo foi um dos pioneiros no trabalho apostólico da Obra e se tornou, além de grande amigo, o mais próximo e fiel colaborador de São Josemaria.
 
 
 
 
Em 1944 foi ordenado sacerdote pela imposição das mãos do Bispo de Madri, Mons. Leopoldo Eijo y Garay, junto a ele receberam o sacramento da ordem José María Hernández Garnica e José Luis Múzquiz, são eles os três primeiros sacerdotes que o Opus Dei gerou para a Igreja.
 
 

  
Durante toda sua vida sacerdotal sempre esteve ao lado de São Josemaria, ao qual serviu como Diretor Espiritual, confessor e secretário particular.



Em Roma desde 1946 atuou como Reitor do Colégio Romano da Santa Cruz, fundado pela Obra, e participou ativamente do Concílio Vaticano II tendo sido Presidente da Comissão para o Laicato, durante as sessões prévias ao Concílio. Durante o evento desempenhou a função de consultor da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos sacramentos, além de secretário da comissão do clero e do povo de Deus.


Com o término do Concílio o Papa Paulo VI o nomeou para a Comissão pós-conciliar sobre os Bispos e o Regime das Dioceses.
 
Quando o fundador do Opus Dei veio a falecer, em 26 de junho de 1975, Del Portillo estava ao seu lado e foi, alguns meses após a morte de São Josemaria, em 15 de setembro de 1975 que o Conselho Geral o elegeu o primeiro sucessor e continuar da obra iniciada em 1928 por Josemaria.
 
Conta-se que no escrutínio da eleição todo o conselho foi unânime na escolha do nome de Álvaro, apenas um membro havia votado contra esta sucessão: ele mesmo.
 





Em 28 de novembro de 1982 o Santo Padre o Beato João Paulo II erigiu o Opus Dei e a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz a condição de Prelazia Pessoal e fez de Dom Álvaro Del Portillo seu primeiro Bispo-Prelado, ordenando-o na Basílica de São Pedro em 6 de janeiro de 1991 e concedendo-lhe a sede titular de Vita.

 
Como Prelado expandiu os trabalhos apostólicos da obra a 20 países. Era conhecido por sua postura firme, mas, amável. Um homem de profunda delicadeza, piedade e mortificação. Sempre fiel ao espírito da Obra viveu em profunda unidade e amor com a Igreja, na pessoa de seu vigário na terra. Foi amigo pessoal de João Paulo II que fez questão de rezar diante de féretro, assim que soube se sua morte em 1994.

Alvaro Del Portillo faleceu na sede geral do Opus Dei em 23 de março de 1994, pouco depois que retornar de uma peregrinação a Terra Santa. Seu corpo repousa na igreja de Santa Maria da Paz, Prelatícia do Opus Dei.
 
Dez anos depois de sua morte foi aberto oficialmente o seu processo de Canonização, que se iniciou através da Diocese de Roma, na qual ele faleceu. Em 05 de março de 2004 o Vigário-Geral de Sua Santidade para a Diocese romana, Card. Camilo Ruini em sessão solene inaugurou os transmites legais. Em 2012 suas virtudes heroicas foram reconhecidas e agora sua Beatificação está marcada para 27 de setembro de 2014 na sua terra natal: Madrid.

 
Nos unimos a toda a Obra para louvar a Deus por este anúncio e nos colocamos sob a intercessão de Álvaro, para que de junto de Deus olhe por nós.
 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Francisco, Bento e a Hermenêutica da Continuidade!

No cinquentenário da realização do Concílio Vaticano II quis a Divina Providência conceder a sua Igreja um verdadeiro dom: a "hermenêutica da continuidade". O então Cardeal Ioseph Ratzinger escreve em sua obra "Introdução ao espírito da liturgia" sobre a necessidade de compreendermos o grande acontecimento da Igreja no século XX não como uma ruptura ou um cisma, mas, como um verdadeiro "aggiornamento", que de forma linear e contínua atualiza e revivifica o dom de Deus.


Durante seu profícuo pontificado o Papa Bento XVI não mediu esforços para trazer a tona e tornar clara a posição que já como cardeal defendia. Quer seja na liturgia ou no magistério vimos uma perfeita e equilibrada harmonia entre os costumes, as rubricas e a tradição da Igreja. Não poucas vezes foi taxado de conservador e retrógrado pela mídia e até mesmo nas esferas internas de sua grei. O papa foi um verdadeiro "mártir branco" da hermenêutica Concílio Vaticano II. 

Com a eleição do Papa Francisco, no inicio de 2013, houve quem julgasse ter chegado ao fim a era da hermenêutica da continuidade, que se interromperia este tempo de equilíbrio e de luta pela correta aplicação das reformas do Vaticano II. O Papa Bergoglio é, não podemos negar, diferente do Papa Ratzinger. Todavia, a fé e o amor pela Igreja de Jesus Cristo não só os une, mas, os torna irmãos.


O Santo Padre tem se mostrado um homem de profunda veneração e respeito pela obra e pela pessoa de seu antecessor, o Papa Bento XVI. Em recente entrevista a uma rede de televisão alemã o Arcebispo Georg Gaswein, Prefeito da Casa Pontifícia e Secretário Particular de Ratzinger, disse que entre os dois papas há um verdadeiro respeito e carinho mútuo, e que Francisco sempre está interessado por Bento. 

No que tange a vida pastoral a fé se mantém intacta. O Papa Francisco continua a pregar e a defender a mesma fé de Bento, de João Paulo, de Paulo e de João e assim por diante. Os anseios e os pedidos do Concílio Vaticano II continuam a ser aplicados, sobretudo, no que diz respeito a evangelização dos povos, do homem moderno. 

Na liturgia houve um verdadeiro espanto quando da primeira missa pública do Papa recém eleito. Ao contrário de seu antecessor, Francisco não fez uso do altar fixo da Capela Sistina, que é "ad Orientem", mas pediu que na capela fosse colocado outro, "versus populum". Alguns interpretaram este gesto tão simples do Papa como uma negação da "reforma-reforma" ou então um sinal claro de que tudo que vinha sendo aplicado já estava fora de contexto e não serviria para seu Papado. Alguns fizeram festa, soltaram confetes, outros choraram amargamente. 

Passados alguns meses, no último domingo - Festa do Batismo do Senhor - o Papa voltou a celebrar na mesma Capela Sistina, sob o olhar atento do Juízo Final de Michelângelo. Neste dia, 12 de janeiro, o Papa não solicitou que se colocasse outro altar na capela, outrossim, fez uso do altar fixo que lá está. Alguns comemoram com júbilo, outros julgaram que Francisco estava sob pressão da ala mais tradicionalista.


Creio que o Papa não esteja assim tão preocupado com a posição que o altar está, se "versus Deum" ou "versus populum", mas sim em aplicar e viver as normas litúrgicas. O Papa Francisco não é um demolidor, com alguns julgaram ser e tão pouco um reformista, como outros queriam. O Papa é alguém que está disposto a continuar investindo na hermenêutica da continuidade, fazendo ressoar na coração da Igreja frutos abundantes e fartos pela correta interpretação do Vaticano II. 

domingo, 12 de janeiro de 2014

Chirographum "Laetare, Brasilia" occasione electionis Domini Orani Ioannis Tempesta, O.Cist, in Sacrum Collegium Cardinalium


Occasione electionis Domini Orani Ioannis Tempesta, O.Cist,
Archiepiscopi Sancti Sebastiani Fluminis Ianuarii, 
In Sacrum Collegium Cardinalium Sanctae Romanae Ecclesiae 
A Francisco Pontifice Maximo


Laetare, Brasilia, quia hodie magis filius et episcopus tuus electus est in Sacrum Collegium Cardinalium Sanctae Romanae Ecclesiae! Haec magna et felix notitia quam hodie accipimus primum vere habitat corda omnium filium Archidioecesis Sancti Sebastiani Fluminis Ianuarii, qui nunc gratias Deo Optimo et Maximo agant pro electione pastoris eorum, Domini Orani Ioannis Tempesta, O. Cist., in Sacrum Collegium Cardinalitium Sanctae Romanae Ecclesiae.

Sic nos, Apostolatus Dominus Vobiscum, laetantes magnopere cum Archidioecese Sancti Sebastiani Fluminis Ianuarii quia hodie cum pastore eius in Sacrum Collegium Cardinalium ascendit, laetamur maxime quoque quia inter nos filium et seminaristam huius laetantis Archidioecesis habemus, carissimum fratrum nostrum Æraldum de Souza Leão Filium. 

Itaque, Neo-Cardinali Orani Ioanni Tempesta, O.Cist., augurium nostrum pro electione eius mittimus et quoque orationes nostras pro proficuo eius cardinalato in Deum ascendimus! Deus eum benedicat in hac nova missione auxilii Summo Pontifici in guberno Sanctae Ecclesiae.

Die XII mensis ianuarii - Festo Baptismi Domini - anno Domini MMXIV. 


Sem. Anderson Barcelos



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TRADUÇÃO: 

Dominus Vobiscum 
Por ocasião da eleição de Dom Orani João Tempesta, O.Cist.,
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro,
 Para o Sacro Colégio dos Cardeais da Santa Igreja Romana 
Pelo Sumo Pontífice Franscisco.

Alegra-te, ó Brasil, porque mais um filho e bispo teu foi eleito para o Sacro Colégio dos Cardeais da Santa Igreja Romana! Esta grande e feliz notícia que hoje recebemos verdadeiramente habita por primeiro os corações de todos os filhos da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, que hoje eleva graças a Deus Ótimo e Máximo em favor da eleição do seu pastor, Dom Orani João Tempesta, O.Cist., para o Sacro Colégio dos Cardeais da Santa Igreja Romana. 

Assim nós, Apostolado Dominus Vobiscum, alegrando-nos grandemente com a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro porque hoje ascende com o seu pastor ao Sacro Colégio dos Cardeais, alegramo-nos também porque temos entre nós um filho e seminarista desta rejubilante Arquidiocese, o nosso caríssimo irmão Eraldo de Souza Leão Filho. 

Por isso, ao Neo-Cardeal Orani João Tempesta, O.Cist., enviamos a nossa saudação por sua eleição e também elevamos a Deus as nossas orações em favor de seu profícuo cardinalato! Que Deus o abençoe nesta nova missão de auxílio ao Sumo Pontífice no governo da Santa Igreja.

No dia 12 do mês de janeiro - na Festa do Batismo do Senhor - no ano do Senhor 2014.

Sem. Anderson Barcelos.

Festa do Batismo do Senhor




Neste domingo, 12 de janeiro, celebramos a Festa do Batismo de Nosso Senhor Jesus Cristo, com ela concluímos o tempo Litúrgico do Natal e passamos ao tempo comum. Este tempo nos revela a missão de Redentor e o chamado feito a cada um de nós quando de nosso batismo: sermos santos e anunciadores da boa-nova do Reino.

João, a quem se acrescentou o epíteto "Batista", foi o último dos profetas, sendo a ovelha que clamava no deserto pela conversão e pelo arrependimento. O Batismo por ele realizado as margens do  rio Jordão era o sinal de uma nova vida, marcada pela ruptura com este mundo profano e pecaminoso. Portanto, quando o próprio Deus encarnado se apresenta para ser batizado, João, seu primo, assusta-se. 

O autor e o princípio do batismo, mesmo sendo livre de pecado, apresenta-se para ser batizado, afim de dar exemplo e testemunho a todos os homens. Joao relutante batiza Jesus. Após a imersão, do céu uma alta voz clama: "Este é meu filho"...

Conosco também este fenômeno ocorre. Ao sermos aprofundados nas águas batismais nos tornamos livres de todo e qualquer pecado já cometido e passamos a ser filhos de Deus, merecedores do reino celeste. Apresenta-se a criatura gerada por Deus e ao ser submerso pelas águas surge um filho, amado por Deus.

O batismo é o sacramento porta da vida na fé. Com ele nos tornamos filhos do mesmo Pai e somos gerados em seu amor para o serviço. Com o batismo recebemos o legado da santidade. Tu e eu somos convocados a uma vocação comum: sermos santos. 

A santidade de vida consiste em corresponder o batismo, ou seja, viver em perfeito estado de vida que dê maior glória a Deus e anuncie, com nossa própria existência, o evangelho de Cristo, tornando nossa vida uma perfeita conformidade com o desígnio do Senhor.

O espírito da festa que hoje celebramos nos convida a meditarmos a essência de nosso batismo e o compromisso assumido no batismo e confirmado no crisma: ser verdadeiramente santos, discípulos e missionários do Senhor.