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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

É possível um relativismo absoluto?


Pe. Anderson Alves, sacerdote da diocese de Petrópolis – Brasil. 
Doutorando em Filosofia na Pontificia Università della Santa Croce em Roma.


Em um texto anterior[i], nos perguntávamos se fosse possível conciliar o relativismo e o ateísmo. E víamos que, segundo três famosos ateus (Nietzsche, Adorno e Horkheimer) o ateísmo, ao negar a origem do conhecimento e ao tomar como verdade a inexistência de Deus, cai numa contradição insuperável[ii]. De fato, quem nega a existência da verdade, não poderia coerentemente afirmar que Deus não existe. Entretanto, sabemos que há quem se esforce muito por conciliar relativismo e ateísmo, colocando um ateísmo indiscutível e dogmático como fundamento do relativismo e construindo um sistema de pensamento no qual se parte da negação de Deus e, a partir dessa verdade quase “divina”, afirma-se um relativismo moral e cognitivo radical.
Um pensador que colocou em íntima relação o ateísmo com o tema da verdade foi F. Nietzsche, autor que se considerava «ateu por instinto». De fato, seu ateísmo voluntarista tinha como consequência a afirmação de um forte relativismo e a verdade era considerada como «um exército de metáforas, metonímias», «ilusões das quais se esqueceu a sua natureza ilusória», «moedas nas quais as imagens foram consumidas»[iii]. Em outro texto famoso, ele fazia uma interessante observação: «receio que não possamos nunca afastar-nos de Deus porque ainda acreditamos na Gramática»[iv]. Desse modo, o ateísmo radical deveria conduzir a uma sociedade sem ciências, sem explicações últimas, na qual o homem só seria capaz de conhecer seus próprios estados de ânimo. Porém, tudo isso parte de uma afirmação com valor de verdade absoluta: «Deus morreu, Deus continua morto, nós o matamos»[v]. O “teomicídio” seria, pois, o ato supremo de uma vontade que busca uma autonomia absoluta, e não de uma demonstração racional. E aquele gesto traria consigo um relativismo radical, mas não certamente absoluto.
É certo que hoje muitos pensam que o relativismo seja o fundamento do ateísmo, mas isso se deve a um modo superficial de examinar o problema. Se o relativismo é total, se não há nenhuma verdade, jamais pode ser verdade que Deus não exista. De modo que, surpreendentemente, o ateísmo mesmo coloca limites ao relativismo. Em outras palavras, pode existir um ateísmo relativista, ou seja, um ateísmo a partir do qual se deduz o relativismo, mas não um relativismo ateu.
Então, é impossível um relativismo absoluto? Coloquemos de outro modo a questão: pode ser verdade que não existe nenhuma verdade? Só há duas respostas possíveis: “sim, é verdade que não existe nenhuma verdade”. Ora, quem diz isso, assume, talvez inconscientemente, que há alguma verdade; e se alguém disser “não, não pode ser verdade que não exista a verdade”, certamente estaria usando melhor a sua razão e teria encontrado a resposta lógica. De modo que, com uma resposta ou outra, a conclusão é sempre a mesma: não pode existir um “relativismo absoluto”, a verdade sempre faz parte do nosso pensamento e discurso.
A consequência disso é, que por incrível que pareça, o relativismo só pode ser relativo, uma vez que só pode ser parcial. Isso porque é sempre necessário aceitar que há alguma verdade, que algo pode ser conhecido. Certo tipo de relativismo pode ser aceito para as opiniões, que são afirmações de algo pouco fundamentado, de modo quando se opina se há receio de que a afirmação contrária seja a verdadeira. Mas nem tudo na nossa comunicação é simples opinião.
Aristóteles dizia que como a verdade é uma realidade primeira do nosso pensamento, quem nega a verdade, afirma a verdade. Ou seja, quem nega que ela exista, sabe já o que ela seja e supõe que é verdade a sua não existência, o que é uma contradição em termos. Outro modo de fugir ao compromisso com a verdade seria assumir a posição cética, ou seja, aquela postura de certos pensadores que dizem não ser possível nem afirmar, nem negar a verdade. Quem assume essa posição, certamente se livra da linguagem e da “Gramática”, mas isso traz consigo uma consequência nefasta: não negar nem afirmar algo, faz o ser humano se tornar semelhante a uma planta, com quem não é educado discutir.
O relativismo só pode, pois, ser relativo, ou seja, só pode ser aplicado a algumas afirmações e nunca a todas. A verdade não pode jamais ser excluída da vida e da linguagem humana, a menos que alguém se conforme em viver como uma planta. F. Nietzsche só pôde dizer que a verdade é «um exército de metáforas», uma «ilusão», uma moeda sem valor porque sabia perfeitamente o que é uma metáfora, uma ilusão, uma moeda com valor. Negar a verdade implica sempre aceitar a verdade, assim como negar Deus implica pressupor a sua existência.
Então, temos que colocar agora a incômoda questão: afinal de contas, o que é a verdade? Platão dizia que «verdadeiro é o discurso que diz as coisas como são, falso o que diz como as coisas não são»[vi]. E Aristóteles afirmou algo tão simples quanto essencial: «Negar aquilo que é, e afirmar aquilo que não é, é falso, enquanto afirmar o que é e negar o que não é, é a verdade»[vii]. A verdade se dá quando o nosso discurso expressa o que as coisas realmente são.
Em que sentido então pode ser aceito o relativismo? Já iniciamos aqui a resposta, mas a aprofundaremos numa outra ocasião. O que importa agora é deixar clara a conclusão a que chegamos: o relativismo não pode ser absoluto, só pode ser, por incrível que pareça, relativo.
Pe. Anderson Alves, sacerdote da diocese de Petrópolis – Brasil. Doutorando em Filosofia na Pontificia Università della Santa Croce em Roma.
[i] Cfr. http://dominusvobis.blogspot.com.br/2013/01/o-ateismo-e-uma-escolha-racional.html
[ii] M. HORKHEIMER e Th.ADORNO, Dialettica dell’illuminismo, Einaudi, Torino 1966, p. 125: «Percebemos “que também os não conhecedores de hoje, nós, ateus e antimetafísicos, alimentamos ainda o nosso fogo no incêndio de uma fé antiga dois milênios, aquela fé cristã que era já a fé de Platão: ser Deus a verdade e a verdade divina”. Sendo assim, a ciência cai na crítica feita à metafísica. A negação de Deus implica em si uma contradição insuperável, enquanto nega o saber mesmo».
[iii] Cfr. F. NIETZSCHE, Sobre verdade e mentira no sentido extra-moral, ed. Hedra, São Paulo 2007.
[iv] Cfr. IdemCrepúsculo dos Ídolos, ed. Companhia das Letras, São Paulo 2006.
[v] IdemA Gaia ciência, ed. Hemus, Curitiba 2002, p. 134.
[vi] PLATÃO, Crátilo 385 b; cfr. também Sofista, 262 e
[vii] ARISTÓTELES, Metafísica, IV, 7, 1011 b 26 e segs.

FONTE: http://beta.zenit.org/pt/articles/e-possivel-um-relativismo-absoluto

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Papa envia mensagem de condolência.


Cidade do Vaticano, 28 de janeiro de 2013.
O Santo Padre, comovido com a tragédia ocorrida em Santa Maria, RS, faz chegar, por meio do Secretário de Estado, o Cardeal Tarcísio Bertone, mensagem de condolência às famílias das vítimas. A mensagem foi divulgada nesta manhã, pelo Serviço de Informação do Vaticano:



EXMO REVMO DOM HÉLIO ADELAR RUBERT
ARCEBISPO DE SANTA MARIA

CONSTERNADO PELA TRÁGICA MORTE DE CENTENAS DE JOVENS EM UM INCÊNDIO EM SANTA MARIA, O SUMO PONTÍFICE PEDE A VOSSA EXCELÊNCIA QUE TRANSMITA ÀS FAMÍLIAS DAS VÍTIMAS SUAS CONDOLÊNCIAS E SUA PARTICIPAÇÃO NA DOR DE TODOS OS ENLUTADOS. AO MESMO TEMPO EM QUE CONFIA A DEUS PAI DE MISERICÓRDIA OS FALECIDOS, O SANTO PADRE PEDE AO CÉU O CONFORTO E RESTABELECIMENTO PARA OS FERIDOS, CORAGEM E A CONSOLAÇÃO DA ESPERANÇA CRISTÃ PARA TODOS ATINGIDOS PELA TRAGÉDIA E ENVIA, A QUANTOS ESTÃO EM SOFRIMENTO E AO MESMO PROCURAM REMEDIA-LO, UMA PROPICIADORA BÊNÇÃO APOSTÓLICA.

CARDEAL TARCÍSIO BERTONE
SECRETÁRIO DE ESTADO DE SUA SANTIDADE


sábado, 26 de janeiro de 2013

Intolerância do movimento gayzista!

Bem-aventurados os que são perseguidos...

Nesta semana, o Instituto Plínio Corrêa de Oliveira (IPCO) publicou um vídeo em seu site, divulgando as cenas de sua campanha “Cruzada pela Família”, realizada em Curitiba. A campanha é uma iniciativa do IPCO e perpassou algumas cidades brasileiras; mas na capital paranaense, os jovens que levam o manifesto a cabo tiveram que enfrentar a violência, verbal e física, de militantes do movimento gayzista.

Contra o aborto e a favor do casamento como Deus o fez, os participantes da expedição, que passavam pelo centro da cidade, pediam aos motoristas que buzinassem, caso estivessem de acordo com as ideias defendidas pela campanha. Como se nota no vídeo, a manifestação pacífica ganhou adeptos, pois a “buzinada” foi tomando conta das ruas por onde passavam os jovens do IPCO.


Em certo momento, militantes do movimento gayzista começaram a fazer sua manifestação violenta, usando de palavras, gestos e ataques físicos para conter a campanha católica. Ainda sim, os jovens do IPCO se mantiveram altivos, para que a empreitada não perdesse seu maior objetivo: ser voz e vez dos católicos brasileiros e de todo cidadão que é (e tem todo direito de ser) contra a agenda gay e o aborto, amplamente defendidos pela mídia de massa no país – que não fez questão de noticiar o ocorrido (segundo afirma e-mail recebido do IPCO, divulgando o caso).

Detalhes do esdrúxulo papel que os militantes fizeram e do heroísmo que a campanha “Cruzada pela Família” promoveu são dispensáveis quando se tem o próprio vídeo para tirar as claras conclusões.

Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus! (São Mateus 5.10)

Papa recebe a Rota Romana

O Santo Padre Bento XVI recebeu neste sábado, 26 de janeiro, os membros do Tribunal da Rota Romana, para a inauguração do ano judiciário.



No seu discurso, o Santo Padre refletiu de modo particular, sobre alguns aspectos da relação entre fé e matrimônio, observando que “a atual crise de fé em várias partes do mundo traz consigo uma crise da união conjugal, com toda a carga de sofrimento e mal-estar que recai também sobre os filhos”. E recordou o Código Canônico que designa a realidade natural do matrimônio, como um pacto irrevogável entre um homem e uma mulher. 

Prosseguindo sua meditação sobre o matrimônio, Bento XVI ressaltou que “no plano teológico, a relação entre fé e matrimônio adquire um significado ainda mais profundo. O vínculo matrimonial, de fato, embora realidade natural, entre os batizados foi elevado por Cristo à dignidade de Sacramento”.

“O pacto de indissolubilidade entre homem e mulher, não exige, para fins de sacramentalidade, a fé pessoal dos esposos; aquilo que se requer, como condição mínima necessária, é a intenção de fazer aquilo que a Igreja faz. Mas é importante não confundir o problema da intenção com aquele da fé dos pretendentes. Porém, não é possível separar isto totalmente”.

Referindo-se ao pronunciamento do beato João Paulo II ao mesmo tribunal, há 10 anos, Bento XVI precisou que “uma atitude do noivos que não leva em consideração a dimensão sobrenatural do casamento pode torná-lo inválido somente se isso afeta a validade no plano natural no qual é colocado o mesmo sinal sacramental”.

Bento XVI advertiu que “a cultura contemporânea, marcada por um acentuado subjetivismo e relativismo ético e religioso, coloca a pessoa e a família diante de prementes desafios. Em primeiro lugar em relação à capacidade de um ser humano de unir-se, e se é possível que essa união dure toda uma vida e se isto corresponde realmente à natureza humana, ou mesmo, se esta união não estaria em contraste com a liberdade humana e com a sua auto-realização. Isto faz parte – prossegue o pontífice - de uma mentalidade muito difundida de que a pessoa se torna ela mesmo, permanecendo autônoma e entrando com contato com o outro somente através de relações que podem ser interrompidas a qualquer momento”.

A esta questão o Santo Padre responde – fazendo referência ao Evangelho de João 15, 5 << Quem permanece em mim e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim, nada podeis fazer >> - que “somente abrindo-se à verdade de Deus é possível compreender e realizar concretamente a vida conjugal e familiar”. E adverte que “a recusa da proposta divina conduz a um profundo desequilíbrio em todas as relações humanas”, “levando a uma falsa compreensão da liberdade e da auto-realização, que unida à fuga diante de sofrimentos que exigem paciência, condena o homem a fechar-se no seu egocentrismo”.

Bento XVI recorda em seguida, que “a fé em Deus, sustentada pela graça divina, é um elemento muito importante para viver a mútua dedicação e a fidelidade conjugal. “Não se pretende com isto afirmar que a fidelidade, como as outras propriedades, não seja possível no matrimônio natural, contrato entre não batizados. Este, de fato, não é privado dos bens que provém de Deus Criador e se inserem em modo intrínseco no amor esponsal que une Cristo à Igreja”.

Referindo-se à célebre “Carta à mulher”, de Tertuliano, o Pontífice explica que ele “escreve que os cônjuges cristãos são verdadeiramente uma só carne e onde a carne é única, único também é o espírito. Juntos rezam, juntos se prostram e juntos jejuam; um admoesta o outro, um honra o outro, um apóia o outro”.

E usando o exemplo dos santos que viveram a união matrimonial e familiar numa perspectiva cristã, Bento XVI recorda que “conseguiram superar também as situações mais adversas, alcançando muitas vezes, a santificação do cônjuge e dos filhos com um amor sempre mais reforçado por uma sólida confiança em Deus, de uma sincera piedade religiosa e de uma intensa vida sacramental”. “Estas experiências marcadas pela fé – continuou o Santo Padre – fazem compreender como, ainda hoje, é precioso o sacrifício oferecido pelo cônjuge abandonado ou que tenha sofrido o divórcio, se - reconhecendo a indissolubilidade do vínculo matrimonial válido , consegue não deixar-se envolver em uma nova união...Em tal caso o seu exemplo de fidelidade e de coerência cristã assume um particular valor de testemunho diante do mundo e da Igreja”.

A seguir o Papa reflete a importância da fé no matrimônio cristão, destacando que ela “é importante na realização do autêntico bem conjugal, que consiste simplesmente no querer sempre o bem do outro” e “que esta faz crescer e frutificar o amor dos esposos, dando espaço à presença do Deus Trinitário”.

Concluindo seu discurso aos juízes da Rota Romana, o Pontífice afirmou que “com as presentes considerações, não pretendo certamente sugerir algum fácil automatismo entre carência de fé e nulidade da união matrimonial, mas antes, individuar como tal carência possa, embora não necessariamente, ferir também os bens dos matrimônio, a partir do momento que a referência à ordem natural desejada por Deus seja inerente ao pacto conjugal”.



Fonte: Rádio Vaticana, in http://pt.radiovaticana.va/bra/Articolo.asp?c=659376

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Motu Proprio de Bento XVI: Seminários na Congregação para o Clero e a Catequese na Nova Evangelização



Foram hoje publicadas duas Cartas Apostólicas de Bento XVI em forma de Motu Proprio, que transferem a competência sobre os seminários da Congregação para a Educação Católica para a Congregação para o Clero e ainda a competência sobre a Catequese que passa da Congregação para o Clero para o Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização.
Com o Motu Proprio Ministrorum Institutio, Bento XVI – avaliando a relevância da formação sacerdotal achou que tudo o que seja a formação, a vida, o ministério dos presbíteros e dos diáconos, pastoral vocacional, formação pastoral e humana, entre tantos outros assuntos deveria, passar para a Congregação do Clero, Desta forma, a Congregação para a Educação Católica ficará apenas responsável pelo ordenamento dos estudos académicos de filosofia e teologia. Entretanto, o Papa transfere a Obra Pontifícia das Vocações Sacerdotais para a Congregação para o Clero.
Com Motu Proprio Fides per doctrinam, o Papa transfere a competência sobre a Catequese da Congregação para o Clero para o Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização. Ou seja, tudo o que diz respeito ao à formação catequética do povo de Deus estará incluído numa visão mais larga de evangelização. Tudo isto em linha com os ensinamentos conciliares e com o Magistério de Paolo VI e João Paulo II sobre a concreto nexo entre o processo de evangelização e de ensinamento catequético.

2013-01-25 Rádio Vaticana

Fonte: http://www.news.va/pt/news/motu-proprio-de-bento-xvi-seminarios-na-congregaca

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Faleceu o Sr. Cardeal Glemp

 (18 de dezembro de 1929 - 23 de janeiro de 2013)

O cardeal Josef Glemp, que conduziu a Igreja Católica polonesa na transição do comunismo à democracia, faleceu em Varsóvia, aos 83 anos de idade, devido a um câncer no pulmão. Junto ao Beato João Paulo II, de saudosa memória, foi um dos homens que mais se levantou contra o mau do comunismo que imperava em sua terra patrícia. 
Glemp nasceu em Inowroclaw, na Polônia, em 18 de dezembro de 1929. Foi sequestrado durante a Segunda Guerra Mundial a fim de trabalhar forçadamente na Alemanha nazista, finda a guerra, ele continuou seus estudos e ingressou mais tarde no Seminário de Gniezno e foi ordenado sacerdote em 1956.
Após especializar-se em Direito Canônico na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma em 1964, voltou à Polônia e deu aulas no próprio Seminário de Gniezno e na Academia de Teologia de Varsóvia.


De 1967 a 1979, Glemp foi, além de secretário pessoal do cardeal primaz Stefan Wyszynski, membro da Comissão para Revisão do Direito Canônico, capelão de diversos conventos e professor da Academia de Teologia Católica de Varsóvia.


A partir de 1979 foi bispo de Warmia, até que em 1981 passou a ser Arcebispo Metropolitano de Gniezno-Varsóvia e Primaz da Polônia, após o falecimento de Wyszinski. Dois anos depois foi criado cardeal pelo Beato papa João Paulo II, seu amigo pessoal.
Entre 1981 e 2004, também foi presidente da Conferência Episcopal polonesa, exercendo a condição de primaz da Polônia até 2009, quando tornou-se emérito.


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013


O Vaticano anunciou dia 22 de janeiro, duas importantes nomeações no campo das comunicações. Bento XVI designou opadre Dario Edoardo Viganó comodiretor do Centro Televisivo Vaticano(CTV), cargo até agora ocupado pelo diretor da Rádio Vaticano, o jesuíta padre Federico Lombardi.


O Santo Padre nomeou também o leigo Angelo Scelzo, atual vice-secretário do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais como vice-diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Monsenhor Dario Edoardo Viganó, 51 anos, é natural do Rio de Janeiro, membro do clero da arquidiocese de Milão e professor do Instituto Pastoral “Redemptor Hominis” da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma. Ele detém o título da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém e é membro da Pontifícia Academia Teológica .

O Centro Televisivo Vaticano (CTV) foi criado em 1983 e tem como missãodifundir com imagens o Evangelho, o ministério pastoral do Pontífice e as atividades da Santa Sé. Programa uma média anual de 200 eventos ao vivo, entre celebrações na Praça São Pedro, na Basílica de São Pedro, na Sala Paulo VI, audiências públicas do Papa e Ângelus dirigidos pelo Pontífice.

Desde 2010 transmite integralmente em alta definição, medida adotada – segundo explicou padre Lombardi na época – para adequar-se aos tempos, pois “se não o fizéssemos, a imagem do Papa sairia gradualmente do mundo televisivo nos próximos anos”.



Padre Federico Lombardi, 70 anos, jesuíta, continua dirigindo a Sala de Imprensa da Santa Sé e a Rádio Vaticano.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Na memória de Santa Inês: a bênção dos cordeiros

Santa Inês (ou Agnes) de Roma, Século III
 Virgem e Mártir

Uma das mártires mais antigas e populares do Cânon da Igreja, Santa Inês (ou Agnes) é venerada de diferentes maneiras, conforme o costume dos povos devotos. No dia 21 de janeiro, data dedicada à memória da virgem e mártir, um costume muito antigo se repete ainda hoje: a benção dos cordeiros de Santa Inês, dada pelo Santo Padre.

Em Roma, o Papa Bento XVI participou da tradicional cerimônia, abençoando dois cordeirinhos brancos com menos de um ano de idade. Os animais são enfeitados de maneiras distintas: um deles é coberto com uma espécie de manto branco e tem sob a cabeça uma coroa de flores, também brancas, que simbolizam a virgindade da santa, enquanto o outro é enfeitado com um manto e flores vermelhas, fazendo memória ao martírio de Inês.

A cerimônia tem início na Basílica de Santa Inês Fora dos Muros, na via Nomentana, em Roma, onde acontece o tradicional rito de benção. Depois, alguns Sediários pontifícios levam os animais com um furgão ao Palácio Apostólico onde, na Capela de Urbano VIII, são abençoados pessoalmente pelo Papa.

Segundo o costume, a lã dos dois cordeiros abençoados será utilizada para a confecção dos pálios que serão impostos, pelo Papa, aos novos arcebispos metropolitanos, na Solenidade de São Pedro e São Paulo, no dia 29 de Junho.

sábado, 19 de janeiro de 2013

A Cúria Romana


Por Seminarista Ânderson Barcelos Martins


A Cúria Romana é o conjunto de órgãos e pessoas que auxiliam o Papa no governo da Igreja, tanto na ordem espiritual quanto material. Este nome foi usado pela primeira vez no século XII, mas a sua realidade data dos primeiros séculos da Igreja. Já em meados do século III as crônicas relativas ao Papa Fabiano (236-250), mostram que ele tinha, como auxiliares, Bispos, presbíteros e diáconos.
No século XVI, em 1588, a Cúria foi estruturada na forma que tem hoje, sofrendo reformas com o passar do tempo.
Até 1870 havia o vasto território dos Estados Pontifício, então o Bispo de Roma necessitava de muitos colaboradores que exercessem a gestão temporal do estado.  Com a queda do Estado Pontifício sob os golpes do reino da Itália, alguns órgãos perderam a razão de ser, e a Cúria foi reformada pelo Papa São Pio X, através da Constituição Sapienti Consilio. Foram extintos todos os órgãos e Ofícios destinados a tratar de assuntos políticos do Vaticano
Em 1967, dois anos depois de encerrado o Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI, através da Constituição Apostólica Regimini Ecclesiae Universae, reformou mais uma vez a Cúria, adaptando- as às novas exigências oriundas do Concílio.
Finalmente, em 1988, o Papa João Paulo II, através da Constituição Pastor Bônus, refez a organização da Cúria. Na ocasião, o Papa disse as palavras:
A Igreja hoje se vê diante de tarefas de extensão, importância e variedade talvez nunca atingidas outrora... Que a Cúria correspondesse fielmente à Eclesiologia do Concílio Vaticano II, fosse adaptada em tudo à missão pastoral da Igreja e capaz de ir ao encontro das necessidades concretas às sociedades religiosa e civil.
 A organização e o governo da Igreja são diferentes das organizações de demais governos dos outros países, pois a Igreja não é uma instituição apenas humana. Foi instituída por Cristo, que é a Sua Cabeça; logo, seu governo foi definido pelo próprio Senhor, que a quis governada por Pedro (Mt 16, 16-19; Lc 22, 31; Jô 21, 15-17), que goza da assistência do Espírito Santo (Jo 14, 26; Jo 16, 13 -15) para não permitir que o depósito da fé se corrompa com o erro.
A atual organização da Cúria Romana e dos Principais colaboradores de Bento XVI é assim:


Cardeal Tarcísio Bertone, SDB (Itália, 1934),
Secretário de Estado de Sua Santidade.


Arcebispo Giovanni Ângelo Becciu (Itália, 1947), 
Substituto da Secretaria de Estado. 


Arcebispo Dominique Mamberti (França, 1952),
Secretário para as Relações com os Estados.

Congregações:


Arcebispo Gerhard Ludwig Müller (Alemanha, 1948),
Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.



Cardeal Leonardo Sandri (Argentina, 1943),

Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais.



Cardeal Antonio Cañizares Llovera (Espanha, 1945), 

Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a 

Disciplina dos Sacramentos.




Cardeal Ângelo Amato, SDB (Itália, 1938),

Prefeito da Congregação das Causas dos Santos.



Cardeal Marc Ouellet (Canadá, 1944),

Prefeito da Congregação para os Bispos.



Cardeal Fernando Filoni (Itália, 1946),

Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos.



Cardeal Mauro Piacenza (Itália, 1944),

Prefeito da Congregação para o Clero.



Cardeal João Braz de Aviz (Brasil, 1947),

Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.



Cardeal Zenon Grocholewski (Polonia, 1939),

Prefeito da Congregação para a Educação Católica.

Tribunais:


Cardeal Manuel Monteiro de Castro (Portugal, 1938), 
Penitenciário Maior.



Cardeal Raymond Leo Burke (USA, 1948),

Prefeito do Tribunal Supremo da Assinatura Apostólica.


Monsenhor Vito Pio Pinto
Decano da Rota Romana

Conselhos Pontifícios:


Cardeal Stanislaw Rylko (Polônia, 1947),
Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos.



Cardeal Kurt Koch (Suiça, 1950),

Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da 
Unidade dos Cristãos.



Arcebispo Vincenzo Paglia (Itália, 1945),

Presidente do Pontifício Conselho para a Família.



Cardeal Peter Kodvo Appiah Turkson (Gana, 1948), 

Presidente do Pontifício Conselho para a Justiça e Paz.






Cardeal Antonio Maria Veglió (Itália, 1938),

Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral dos Imigrantes e Itinerantes.


Cardeal Robert Sarah (Guiné Conacri, 1945),

Presidente do Pontifício Conselho "Cor Unum".



Arcebispo Zygmunt Zimowski (Polônia, 1949),

Presidente do Pontifício Conselho para a
 Pastoral dos Agentes Santiários.



Cardeal Francesco Coccopalmerio (Itália, 1938),

Presidente do Pontifício Conselho para a 
Interpretação dos Textos Legislativos.


Cardeal Jean-Louis Tauran (França, 1943),

Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Interreligioso.
Cardeal-Protodiácono da Santa Igreja



Cardeal Gianfranco Ravasi (Itália, 1942),

Presidente do Pontifício Conselho da Cultura.



Arcebispo Claudio Maria Celli (Itália, 1941),

Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais.



Arcebispo Rino Fisichella (Italia, 1951),

Presidente do Pontifício Conselho para a 
Promoção da Nova Evangelização.

Outros Cargos:


Cardeal Ângelo Sodano (Itália, 1927),
Decano do Sacro Colégio Cardinalício.



Cardeal Domenico Calcagno (Itália, 1943),

Presidente da Administração do Patrimônio da Sede Apostólica.


Cardeal Giuseppe Versaldi (Itália,1943),

Presidente da Prefeitura para os Assuntos Econômicos da Santa Sé.



Arcebispo Jean-Louis Bruguès (França, 1943),

Arquivista e bibliotecário.



Cardeal Giuseppe Bertello (Itália, 1942),

Presidente do Governo da Cidade do Vaticano.



Cardeal Angelo Comastri (Itália, 1943),

Vigário Geral do Papa para o Estado e Cidade do Vaticano.



Arcebispo Nikola Eterovic (Croácia, 1951),

Secretário geral do Sínodo dos Bispos.


Arcebispo Georg Gänswein (Alemanha, 1956)

 Prefeito da Casa Pontifícia e 

Secretário Particular de Sua Santidade



Arcebispo Piero Marini (Italia, 1942),

Presidente do Comitê Pontifício para os Congressos Eucarísticos.


Monsenhor Guido Marini (Itália, 1965),

Mestre de Cerimônias litúrgicas do Santo Padre.


Padre Federico Lombardi, SJ (Itália, 1942),

Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano.