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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Benedictus qui venit in nomine Domini !

Ao acolher o pedido de renúncia apresentado por Dom Frei Alano Maria Pena O.P, o Papa Bento XVI nomeou hoje, dia 30 de Novembro, como Arcebispo da Arquidiocese de Niterói (RJ), Dom José Francisco Rezende Dias.

Dom José Francisco é o 5° Arcebispo de Niterói desde 26 de março de 1960, quando a Diocese de Niterói foi elevada a Arquidiocese e sede metropolitana pelo Papa João XXIII, através da Bula Quandoquidem verbis. A Arquidiocese teve como seu primeiro Arcebispo Dom Antônio de Almeida Moraes Júnior, despois Dom José Gonçalves Costa CSsR de 1979 até 1990, como 3° Arcebispo Dom Carlos Alberto Etchandy Gimeno Navarro de 1990 a 2003 e como 4° Arcebispo Dom Frei Alano Maria Pena O.P. de 2003 até hoje.

Destaque - SITE - Bispo Novo
Dom José Francisco Rezende Dias desempenhava, atualmente, a função de Bispo da Diocese de Duque de Caxias. No dia 30 de março de 2005, foi nomeado Bispo Titular da Diocese, tomando posse no dia 12 de junho do mesmo ano.

Papa Bento XVI, aceita renúncia de Dom Alano Maria Pena.

O papa aceitou, hoje dia 30, o pedido de renúncia do Arcebispo de Niterói, Dom Alano Maria Pena, em conformidade com o cânon 401, parágrafo 1º do Código de Direito Canônico, que diz: “O bispo diocesano que tiver completado setenta e cinco anos de idade é solicitado a apresentar a renúncia do ofício ao Sumo Pontífice, que, ponderando todas as circunstâncias, tomará providências” (Código de Direito Canônico, pág 128).

Dom Frei Alano Maria Pena, nasceu no Rio de Janeiro, em 7 de outubro de 1935. Foi ordenado sacerdote da Ordem dos Pregadores (Dominicanos) em 28 de outubro de 1961, em São Paulo (SP). No dia 25 de maio de 1975, foi ordenado Bispo em Belém (PA).

Como bispo foi auxiliar em Belém (1975-1976); sendo depois nomeado coadjutor da prelazia de Marabá (PA) (1976-1985); bispo de Itapeva (SP) (1985-1993); vice-presidente do Regional Norte 2 (1976), responsável pelo Setor Leigos do Regional Sul 1 (1986-1987), vice-presidente do Regional Leste 1 (1997-1999), bispo de Nova Friburgo (RJ) entre 1994 a 2003 e presidente do Regional Leste 1 (1999-2003). Em 24 de setembro de 2003, Dom Alano foi ordenado arcebispo de Niterói permanecendo até hoje, quando passa a ser o Bispo emérito de Niterói.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Catedral proíbe Acólitas.

Caros amigos do Dominus, vemos aqui um dos maiores problemas de nossas dioceses brasileiras, mas que através do testemunho deste sacerdote, possamos nós com muito mais vigor, defender a Tradição da Igreja, com argumentos convincentes!!!

O pároco da catedral da diocese de Phoenix (EUA), Pe. John Lankeit , veio a público recentemente para justificar a sua medida em relação aos jovens que servem como acólitos na igreja principal da diocese. Pe. Lankeit resolveu que todos os acólitos deverão ser do sexo masculino.

"Se você olhar ao redor da Igreja - e eu estou falando sobre a Igreja em geral - se você olhar para dioceses, se você olhar para as ordens religiosas e para paróquias onde há um respeito sobre a distinção e a complementaridade do homem e da mulher, você verá as duas vocações florescem ", afirmou o padre ao jornal diocesano. "E quando falo em duas vocações estou falando da sacerdotal e da vida consagrada".

O padre vem enfrentando algumas dificuldades para colocar sua estratégia em prática e restaurar o antigo costume da Igreja em ter apenas acólitos do sexo masculino servindo. Muitos estão tratando o tema como uma questão de preconceito sexual, de sexismo.

"Se a questão é abordada apenas do ponto de vista emocional, posso entender por que as pessoas ficam chateadas, porque eles estão olhando para essa questão em termos de uma questão de direitos - e eles estão interpretando-a de tal forma como se os direitos de alguém estivesse sendo negado ", disse ele.

Pe. Lankeit apontou casos similares onde houve um crescimento substancial no número de vocacionados após a adoção de medidas similares. Uma paróquia em Ann Arbor, Michigan, que alcançou um número impressionante de 22 vocacionados após a reserva do serviço do altar apenas para homens. Ele também mencionou a diocese de Lincoln.




Em defesa do Pe. Lankeit surge o diretor de vocações da diocese de Phoenix, Pe. Paul Sullivan, que afirmou nunca ter ouvido uma religiosa falar que sua vocação surgiu no altar. Para Pe. Sullivan o serviço feminino no altar não aumenta o número de vocações religiosas. "A paróquia que eu sei que tem as maiores vocações femininas não tem mais acólitas ... Eu nunca conheci uma menina que afirmasse: 'eu encontrei a minha vocação ao servir o altar", afirmou Pe. Sullivan.










Fonte: www.catholicsun.org






domingo, 21 de agosto de 2011

História do Pálio. até Bento XVI e as mudanças feitas por ele.


Há uma diferença sensível entre a forma do pálio moderno e o usado nas épocas cristãs mais remotas. No século VI, o pálio era uma longa faixa, moderadamente larga, branca, ornamentada em sua extremidade com uma cruz preta ou vermelha, e terminada fora com borlas; era drapejado em torno da garganta, dos ombros, e do peito em tal maneira que ficava com a forma de um V na parte dianteira, tendo duas extremidades penduradas para baixo do ombro esquerdo, uma na parte dianteira e outra atrás. O pálio tomou uma forma de uma letra Y , no século VIII, com medida de cerca de cinco centímetro de largura. No século IX, conforme se vê nas pinturas das igrejas romanas , a faixa do pálio, que era solta e mantinha-se no lugar pela aplicação de alfinetes (Spinelli), foi costurada e teve as pontas encurtadas.
O pálio é confeccionado com a lã de cordeiros brancos criados pelos monges Trapistas. Possui uma volta no centro, a qual descansa nos ombros sobre a gola da casula, tendo duas pontas pendentes, uma anterior e outra posterior, com duas polegadas de largura, por doze de comprimento; de modo que, quando visto da parte dianteira ou trazeira, ele se assemelha à letra Y, para dar mais peso ao pálio, as extremidades das pontas são entrelaçadas com seda preta. É decorado com seis cruzes tudo preta uma em cada ponta, uma em cada ombro e uma no peito e outra duas nas costas. O Pálio é guarnecido por três alfinetes de ouro decorados com gemas, chamados espinelos (Spinelli), os quais são fixados em laços existentes nas cruzes do peito, das costas e do ombro esquerdo. Estas últimas características parecem ser remanescentes da época em que o pálio romano era apenas um simples cachecol dobrado e fixado no ombro esquerdo.
O Papa Bento XVI retomou o uso do pálio antigo, mais longo, com duas extremidades com pontas de seda preta, caindo do ombro esquerdo e com seis cruzes em vermelho, e não em preto.(É muito legítimo que o papa, como pastor de outros pastores, use um pálio distinto dos que ele confere aos arcebispos, seus subordinados). A diferença na decoração: Inicialmente, as únicas decorações no pálio eram duas cruzes perto das extremidades. Parece que a ornamentação do pálio, com um número maior de cruzes não se tornou habitual até o século IX, quando as cruzes pequenas foram aplicadas, especialmente sobre os ombros. Entretanto na Idade Média, não havia nenhuma regra definida quanto ao número de cruzes, contudo havia um preceito que determinava a cor. Eram, geralmente, negras; mas, às vezes, vermelhas. Os pinos, que de início serviam para fixação do pálio no lugar, foram mantidos como ornamentos, mesmo depois que o pálio passou a ser costurado na forma apropriada, embora já não tivessem função prática. Em 1605 foi encontrado o pálio que envolveu o corpo do Papa Bonifácio VIII o que comprovou que no século XIII já era uso de colocar pelos nas extremidades do pálio. Isto também demostrou os fragmentos do pálio encontrados no túmulo de Clemente IV. Além do papa, o pálio também é conferido ao Patriarca Latino de Jerusalém. As tradições precedentes que permitiam o privilégio de alguns bispos usarem o pálio foram extintas por um Motu Próprio, do papa Paulo VI, em 1978. Um arcebispo Metropolitano pode usar seu pálio como sinal de sua jurisdição, não somente em sua Arquidiocese, mas em qualquer lugar em sua província Eclesiástica sempre que celebrar a missa(Canon 437-Código de Direito Canônico, 1983).


( São Gregório VII)

Um Arcebispo não pode usar o pálio até que o papa lhe confira esta insígna, o que ocorre normalmente, no dia 29 de junho, na solenidade de São Pedro e São Paulo. Um Arcebispo que, eventualmente não receba o pálio pode, consequentemente, não exercer algumas de suas prerrogativas. Da mesma forma, depois de sua renúncia, o arcebispo já não põe mais usar o pálio. Se for transferido pra outra arquidiocese deve fazer novo pedido e renunciar as funções de metropolita e não gozar até o novo pálio. Na realidade, o simbolismo do pálio é ainda mais concreto : a lã de cordeiro pretende representar a ovelha perdida ou também a ovelha doente e a ovelha débil, as quais o pastor põe aos seus ombros e conduz às águas da vida. A parábola da ovelha transviada, que o pastor procura no deserto era, para os Padres da Igreja, uma imagem do mistério de Cristo e da Igreja.


Não se sabe com exatidão quais foram as primeiras regras para o uso do pálio, mesmo antes do século VI, quando já tinha um certo carácter litúrgico.Sabe-se que, em épocas mais remotas, o uso do pálio era limitado a certos dias. Seu uso indiscriminado foi permitido a Hincmar de Reims por Leão IV, em 851, e a Bruno de Colônia, por Agapito II, em 954, era contrário ao costume geral. Nos séculos X e XI, como hoje, a regra era limitar o uso do pálio alguns dias festivos e a algumas cerimônias. O caracter simbólico, unido agora ao pálio, data da época em que se tornou obrigatório aos metropolitas pedirem à santa Sé a permissão para seu uso. A evolução deste carácter estava completa no final do século XI. No século VI, o pálio era símbolo do ofício e do poder papal e, no decorrer dos séculos, se consolidou como símbolo da plenitude deste ofício pontifical. Foi este o motivo do Papa Felix IV entregado o pálio a seu arquidiácono Bonifácio e, contra-indo o costume, nomeou-o seu sucessor. Portanto, o pálio sempre significou a união com a Sé Apostólica e é ornamentado das virtudes que devem adornar aquele que usa. O nosso Amado Pontífice Bento XVI, agora fez algumas mudanças a respeito do uso do pálio por ele, é o que nos explica tão bem o Reverendíssimo Monsenhor Guido Marini ( Mestre de cerimônias de sua Santidade) ao Jornal "L'Osservatore Romano" :" Com estas mudanças se recupera um pouco da forma anterior ao pontificado de João Paulo II, ainda que mais largo e com cruzes vermelhas". (Anteriormente eram de cor negras) como vemos abaixo:

A Forma do do pálio papal mudou com o passar do tempo : desde a forma de faixa antiga à fita, a partir do século VI, até a forma atual que se originou no século X, e com seis cruzes negras incorporadas no século XV. O Papa Bento XVI utiliza até agora um pálio parecido aos que usavam antes do século X, cruzado sobre o ombro e com cinco cruzes vermelhas, símbolo das chagas de Cristo. Como explica Monsenhor Marini, o pálio cruzado sobre o ombro que Bento XVI utilizou até agora"trazia vários problemas e incoveniente, pelo que se decidiu voltar à forma Circular.






Fontes: www.tiosan. orenciclopedia
Jornal : "L'Osservatore Romano

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

São João Maria Vianey - O Santo Cura D'ars

Caríssimos Amigos do Dominus Vobiscum,
hoje, 04 de agosto, é dia de São João Maria Vianey.
Em comemoração a este dia, preparei uma pequena matéria sobre a vida deste Santo Confessor.



O futuro Cura d’Ars nasceu na pequena localidade de Dardilly, perto de Lyon, na França, no dia 8 de maio de 1786, de família de agricultores piedosos. Foi consagrado a Nossa Senhora no próprio dia do nascimento, data em que foi também batizado.

Sua instrução foi precária, pois passou a infância em pleno Terror da Revolução Francesa, com os sacerdotes perseguidos e as escolas fechadas. João Maria tinha 13 anos quando recebeu a Primeira Comunhão das mãos de um sacerdote “refratário” (que não tinha jurado a ímpia Constituição do Clero), durante o segundo Terror, em 1799.(1)

Com a subida de Napoleão e a Concordata com a Santa Sé, foi possível a João Maria iniciar seus estudos eclesiásticos aos 20 anos, terminando-os aos 29, depois de mil e uma contrariedades.

É impossível, nos limites de um artigo, abranger toda a vida apostólica do Cura d’Ars. Por isso limitar-me-ei a abordar um aspecto dela, que foi como transformou a pequena localidade de Ars de modo a tornar-se ponto de admiração de toda a França.

Ars ao tempo da chegada do santo

Quando o jovem sacerdote chegou a Ars, esta era um pequeno aglomerado de casas, contando apenas 250 habitantes, quase todos agricultores. Como a maior parte das localidades rurais da França, sacudidas durante 10 anos pelos vendavais da Revolução Francesa, encontrava-se em plena decadência religiosa. Vivia-se um paganismo prático formado de negligência, indiferentismo e esquecimento das práticas religiosas.

A cidadezinha de Ars assemelhava-se às paróquias vizinhas, não sendo nem melhor nem pior que elas. Havia nela um certo fundo religioso, mas com muito pouca piedade.

Como transformá-la num modelo de vida católica, ambição de São João Batista Vianney?

Santificando-se para santificar os outros

Primeiro, pela oração e pelos sacrifícios do vigário por suas ovelhas. Já no dia de sua chegada, o Padre Vianney deu o colchão a um pobre e deitou-se sobre uns sarmentos junto à parede, com um pedaço de madeira como travesseiro. Como a parede e o chão eram úmidos, contraiu de imediato uma nevralgia, que durou 15 anos. Seu jejum era permanente, habitualmente passando três dias sem comer; e quando o fazia, alimentava-se somente de batatas cozidas no início da semana e já emboloradas. Mas ele sobretudo passava horas e horas ajoelhado diante do Santíssimo Sacramento, implorando a conversão de seus paroquianos.

Uma de suas primeiras medidas práticas foi reformar a igreja que, por respeito ao Santíssimo Sacramento, desejava que fosse a melhor possível.

“Esforcemo-nos para ir para o Céu”

Outra de suas solicitudes foi para com a juventude. Atraía todos para o catecismo. Exigia que este fosse aprendido de cor, palavra por palavra, e só admitia à Primeira Comunhão quem estivesse assim devidamente preparado. Instava com os meninos e adolescentes para que cada um levasse sempre consigo o Rosário, e tinha no bolso alguns extras para aqueles que houvessem perdido o seu.

Paulatinamente os esforços do santo foram sendo coroados de êxito, de maneira que os jovens de Ars chegaram a ser os mais bem instruídos da comarca.

Nas missas dominicais, pregava sobre os deveres de cada um para consigo, para com o próximo e para com Deus. Falava constantemente do inferno e do que precisamos fazer para evitá-lo: “Ó, meus queridos paroquianos, esforcemo-nos para ir para o Céu. Lá havemos de ver a Deus. Como seremos felizes! Que desgraça se algum de vós se perder eternamente!”

Ele exigia a devida compostura e atitude própria a bons católicos na igreja, por respeito à Presença Real de Nosso Senhor Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento.

“Arruinados todos aqueles que abrirem tabernas”

A guerra que moveu contra as tabernas também foi bem sucedida. Aos que a elas iam, em vez de comparecer à missa no domingo, dizia: “Pobre gente, como sois infelizes. Segui vosso caminho rotineiro; segui-o, que o inferno vos espera”. Ameaçava-os de não só perderem os bens eternos, mas também os terrenos.

Aos poucos, por falta de fregueses, as tabernas foram se fechando. Outros tentaram abri-las, mas eram obrigados a cerrá-las. A maldição de um santo pesava sobre eles: “Vós vereis arruinados todos aqueles que aqui abrirem tabernas”, disse no púlpito. E assim foi. Quando elas se fecharam, o número de indigentes diminuiu, pois suprimiu-se a causa principal da miséria, que era moral.

Luta contra blasfêmias e trabalho aos domingos

“Blasfêmias e trabalhos nos domingos, bailes, cabarés, serões nas vivendas e conversas obscenas, englobava tudo numa comum maldição”. Por anos a fio pregou contra isso, exortando no confessionário, no púlpito e nas visitas que fazia às famílias. Dizia: “Se um pastor quiser se salvar, precisa, quando encontrar alguma desordem na paróquia, saber calcar aos pés o respeito humano, o temor de ser desprezado e o ódio dos paroquianos [e denunciar o mal]”.

A guerra do santo cura contra as blasfêmias, juramentos, imprecações e expressões grosseiras foi sem quartel; e tão bem sucedida, que desapareceram de Ars. Em vez delas passou-se a ouvir entre os camponeses expressões como Deus seja bendito! Como Deus é bom! Em vez das cançõezinhas chulas da época, hinos e cânticos religiosos.

A luta contra o trabalho nos domingos foi também tenaz e durou quase oito anos. “A primeira vez que do púlpito abordou o tema, fê-lo com tantas lágrimas, tais acentos de indignação, com tal comoção de todo o seu ser que, passado meio século, os velhos que o ouviram ainda se lembravam com emoção. [...] Vós trabalhais, dizia ele, mas o que ganhais é a ruína para a vossa alma e para o vosso corpo. Se perguntássemos aos que trabalham nos domingos 'que acabais de fazer?’, bem poderiam responder: ‘Acabamos de vender a nossa alma ao demônio e de crucificar Nosso Senhor. Estamos no caminho do inferno’”. Depois de muita insistência, em Ars o domingo tornou-se verdadeiramente o Dia do Senhor.

Combate aos bailes durante 25 anos

Ars era o lugar predileto dos jovens dançarinos das vizinhanças. Tudo era pretexto para um baile. Para acabar com eles, o Santo Cura d’Ars levou 25 anos de combate renhido.

Explicava que não basta evitar o pecado, mas deve-se fugir também das ocasiões. Por isso, abrangia no mesmo anátema o pecado e a ocasião de pecado. Atacava assim ao mesmo tempo a dança e a paixão impura por ela alimentada: “Não há um só mandamento da Lei de Deus que o baile não transgrida. [...] Meu Deus, poderão ter olhos tão cegos a ponto de crerem que não há mal na dança, quando ela é a corda com que o demônio arrasta mais almas para o inferno? O demônio rodeia um baile como um muro cerca um jardim. As pessoas que entram num salão de baile deixam na porta o seu Anjo da Guarda e o demônio o substitui, de sorte que há tantos demônios quantos são os que dançam”.

O Santo era inexorável não só com quem dançasse, mas também com os que fossem somente “assistir” ao baile, pois a sensualidade também entra pelos olhos. Negava-lhes também a absolvição, a menos que prometessem nunca mais fazê-lo. Ao reformar a igreja, erigiu um altar em honra de São João Batista, e em seu arco mandou esculpir a frase: Sua cabeça foi o preço de uma dança!... É de ressaltar-se que os bailes da época, em comparação com os de hoje, sobretudo do pula-pula frenético e imoral do carnaval e as novas danças modernas, eram como que inocentes. Mas era o começo que desfechou nos bailes atuais.

A vitória do Pe. Vianney neste campo foi total. Os bailes desapareceram de Ars. E não só os bailes, mas até alguns divertimentos inofensivos que ele julgava indignos de bons católicos.

Junto a eles combateu também as modas que julgava indecentes na época (e que, perto do quase nudismo atual, poderiam ser consideradas recatadas!). As moças, dizia, “com seus atrativos rebuscados e indecentes, logo darão a entender que são um instrumento de que se serve o inferno para perder as almas. Só no tribunal de Deus saber-se-á o número de pecados de que foram causa”. Na igreja jamais tolerou decotes ou braços nus.

Ars transformada pelo santo

Um sacerdote santo torna piedosos seus paroquianos. Assim, apenas três anos e meio depois de sua chegada, o santo Cura já podia escrever: “Encontro-me numa paróquia de muito fervor religioso e que serve a Deus de todo o seu coração”. Em 1827 (seis anos depois), exclamava entusiasmado do púlpito: “Meus irmãos, Ars não é mais a mesma! Tenho confessado e pregado em missões e jubileus. Nada encontrei como aqui”.

É que, ao mesmo tempo em que reprimia os abusos, semeava também a boa semente. E ele aspirava, para seus paroquianos, ao ideal de perfeição do qual os cria capazes. Recomendava-lhes que rezassem antes e depois das refeições, recitassem o Ângelus três vezes ao dia onde quer que estivessem; e que, ao levantar e deitar, fizessem a oração da manhã e a da noite. Esta passou a ser feita também em comum na igreja ao toque do sino. Os que ficavam em casa ajoelhavam-se diante de algum quadro ou imagem religiosa, ali fazendo suas orações.

Com o tempo passou-se a dizer que em Ars o respeito humano fora invertido: tinha-se vergonha de não fazer o bem e de não praticar a Religião. O que é um auge de vitória da Igreja! Ars tornou-se também um centro de piedade e religiosidade.

Por isso, os peregrinos admiravam nas ruas da cidade a serenidade de certos semblantes, reflexo da paz perfeita de almas que vivem constantemente unidas a Deus.


Notas:

1. Francis Trochu, O Santo Cura d’Ars, Editora Littera Maciel Ltda., Contagem, MG, 1997, p. 27. Todos os textos citados sem mencionar a fonte foram extraídos desta obra.

Outras obras consultadas:

– Edelvives, El Santo de cada Dia, Editorial Luis Vives, S.A., Saragoça, 1948, tomo 4, pp. 403 e ss.

– Fr. Justo Perez de Urbel, O.S.B., Año Cristiano, Ediciones Fax, Madrid, 1945, tomo 3, pp. 313 e ss.


Fonte: catolicismo.com.br

Autor: Plinio Maria Solimeo

sexta-feira, 29 de julho de 2011

DOM HENRIQUE SOARES FALA SOBRE LITURGIA



Pelas palavras deste prelado, podemos compreender o verdadeiro espírito da litúrgia, que insistentemente o Sumo Pontífice nos convida a celebrar e experiênciar a plenitude da graça do Altíssimo: sem invenções... Pois Ele permanece o mesmo Heri, Hodie et Semper!!!!

Ladainha da Humildade - Cardeal Merry Del Val

Cardeal Merry Del Val

Brasão Cardinalício

Prezados leitores do Dominus Vobiscum,

apresento a vocês hoje, um pouco da vida de um dos grandes Príncipes da Santa Igreja, que apesar de sua história marcante, poucos nos dias de hoje ainda o conhecem. É venerável, uma oração composta por ele, que aqui gostaria de fazer com que todos a conhecessem:

***

Ó Jesus, manso e humilde de coração, ouvi-me.

Do desejo de ser estimado, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser amado, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser conhecido, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser honrado, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser louvado, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser preferido, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser consultado, livrai-me, ó Jesus.

Do desejo de ser aprovado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser humilhado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser desprezado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de sofrer repulsas, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser caluniado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser esquecido, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser ridicularizado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser infamado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser objeto de suspeita, livrai-me, ó Jesus.

Que os outros sejam amados mais do que eu, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros sejam estimados mais do que eu, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros possam elevar-se na opinião do mundo, e que eu possa ser diminuído, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros possam ser escolhidos e eu posto de lado, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros possam ser louvados e eu desprezado, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros possam ser preferidos a mim em todas as coisas, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

Que os outros possam ser mais santos do que eu, embora me torne o mais santo quanto me for possível, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.

***

Mons. Pacelli (Pio XII), o Cardeal Secretário de Estado Merry Del Val e o Cardeal Nicola Canali com representantes sérvios por ocasião da assinatura da concordata, sob o quadro de PioX, em 1914.


O Cardeal Merry del Val, autor desta oração, era um fidalgo proveniente de duas grandes famílias. Pelo lado paterno, era filho do Marquês Merry del Val; e pelo lado materno, da Condessa de Zulueta. Circulava em suas veias sangue inglês, espanhol e holandês.

Quando ocorreu a eleição de São Pio X para Papa, ele fazia parte do conclave, não como cardeal, mas como secretário do conclave. Entrando na Capela Paulina, encontrou o então Cardeal Sarto, Patriarca de Veneza, rezando aos pés do Santíssimo Sacramento, com lágrimas que se desprendiam de seus olhos. Ajoelhou-se então junto ao futuro Pontífice e transmitiu-lhe uma comunicação do Cardeal Decano. Após ouvir a resposta de seu ilustre interlocutor, Mons. Merry del Val disse-lhe: “Eminência, tenha coragem, o Senhor o ajudará”.

Na manhã seguinte, o Cardeal Sarto foi eleito Papa com grande maioria de votos.

Logo depois, São Pio X, embora quase não conhecesse o jovem eclesiástico, mas percebendo seu valor, convidou-o para uma altíssima função, o mais alto cargo depois do Papado: Secretário de Estado da Santa Sé. E ele serviu São Pio X durante todo o seu pontificado.

Em suas memórias, o Cardeal Merry del Val narra como São Pio X morreu. Diz ele que, no decurso do mês de agosto de 1914, o Santo Padre estava acometido de uma enfermidade que não causava maior preocupação. Mas na noite de 19 daquele mês, seu estado se agravou. Na manhã seguinte, o Cardeal Merry del Val acudiu à cabeceira de seu leito. O Pontífice reconheceu-o, estreitou fortemente sua mão, e disse: “Eminência..., Eminência!”. Não conseguiu dizer mais nada. As últimas palavras pronunciadas pelo Pontífice, quando lhe comunicaram, pouco depois, a urgência de lhe serem administrados os últimos sacramentos, foram: “Resigno-me totalmente!”. Algumas horas se passaram e São Pio X entregou sua bela alma a Deus.

Nota:

O Cardeal Rafael Merry del Val nasceu em Londres, em 1865. Ingressou na Academia Pontifícia de Nobres Eclesiásticos em 1885, tornando-se seu presidente, por designação do Papa Leão XIII, em 1900. Secretário do conclave que elegeu São Pio X, foi por este nomeado seu principal colaborador, recebendo a púrpura cardinalícia aos 38 anos de idade. Quando nada fazia pressagiar sua morte, faleceu em 1930, em conseqüência de uma cirurgia simples.

Também é de autoria do Cardeal Merry Del Val o livro "O Papa que eu conhecí de perto", no qual relata a vida de S. Pio X.


Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP, em 21 de maio de 1983. Sem revisão do autor.

FONTE: Catolicismo, revista de cultura e atualidade