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quarta-feira, 29 de abril de 2009

DESABAFO - ATÉ QUANDO?


por Rafael Vitola Brodbeck

Até quando teremos que aturar padres sem batina ou sem clergyman? Sacerdotes que, em vez de ostentar sua incorporação a Cristo pelo sacramento da Ordem, escondem-se do povo, disfarçando-se de leigos?

Até quando teremos de aturar Missas que em nada nos indicam seu caráter ontologicamente sacrifical? Palmas ritmadas acompanhando músicas de melodia, harmonia e ritmo absolutamente inadequados, com uma pobreza infantil nas letras? Manifestações desmedidas de alegria quase profana durante a atualização do Calvário? Padres que não vestem os paramentos corretos, sem casula, sem cíngulo, sem amito, substituindo-os por um simplório conjunto de túnica e estola?

Clérigos, até bispos, que desprezam o latim, o canto gregoriano, a polifonia sacra, o órgão, o incenso? Que identificam “Missa em latim” com o rito antigo? Que, ademais, têm como que um ódio mortal a esse rito antigo, e mesmo ao novo celebrado de acordo com as rubricas? Sacerdotes e fiéis que preferem as passageiras e profanas novidades às sadias tradições? Que rechaçam as normas que chegam de Roma, e desobedecem descaradamente, fazendo celebrar a Missa do jeito que querem?

Até quando teremos de aturar procissões que mais parecem passeatas políticas? Bandeiras políticas no lugar nos estandartes das antigas confrarias? Discursos da moda em vez de um sermão sobre coisas espirituais?

Até quando teremos de aturar um Conselho Indigenista Missionário que não catequiza os índios?

Uma Comissão Pastoral da Terra que, em vez de pregar a Doutrina Social da Igreja, insufla o MST e outros grupelhos comunistas safados a atacar a propriedade privada? Uma Pastoral da Juventude que nada mais é do que célula avançada do PT e do PSOL nas fileiras de nossos grupos de jovens?

Até quando teremos que aturar o sumiço da teologia católica, destronada por uma péssima formação em nossos seminários, verdadeiras fábricas de comunistas? Que se preocupam mais em ensinar sociologia religiosa do que doutrina? Relativização da verdade do que autêntica filosofia? Bagunça na Missa do que liturgia correta? Boff do que Tomás de Aquino? Küng do que patrística? Teólogos duvidosos e politicamente corretos do que o Magistério?

Até quando teremos que aturar a troca da caridade pelo assistencialismo politicamente esquerdista? E as irmãs de caridade se converterem em assistentes sociais? E as irmãs contemplativas abandonarem seus conventos e afrouxarem no cumprimento da regra?

Até quando teremos que aturar a Campanha da Fraternidade nublando a Quaresma? Reflexões políticas em vez de práticas piedosas? Cânticos socialistas em vez da clássica hinologia católica? Via Sacra sendo corrida por orações imbecis?

Até quando teremos que aturar os documentos que chegam de Roma sendo ignorados ou distorcidos, enquanto análises de conjuntura e discursos vazios sobre a água, as florestas, os amigos, a paz, os coelhinhos e o arco-íris são promovidos em nossos púlpitos como se doutrina católica fossem?

Até quando teremos de aturar desobediências ao Papa promovidas por freiras, frades, padres, bispos e líderes do laicato?

Até quando teremos de aturar defesas do aborto, das práticas homossexuais, da Teologia da Libertação, do socialismo, da insubordinação, feitas por membros da Igreja?
Até quando teremos de aturar nossas lindas igrejas e altares serem profanados pela feiúra e pelo iconoclasmo?

Até quando teremos de aturar o sentimentalismo e o relativismo tomarem de assalto o lugar que era próprio da razão e da fé objetiva?

Até quando teremos de aturar a Fé Católica sequestrada por quem deveria ser seu defensor?
Até quando?

O Primado de Pedro


Introdução

Uma das grandes razões de divergência entre católicos e protestantes diz respeito à legitimidade para a interpretação das Sagradas Escrituras. Para os seguidores da reforma, qualquer pessoa poderia ler e entender corretamente a bíblia, sem o auxílio de ninguém senão do Espírito Santo, que guiaria cada um infalivelmente na busca do verdadeiro significado da palavra divina. É o chamado livre exame da Bíblia, proposto pelo ex-frade Lutero.

Para os católicos, o legítimo intérprete das Escrituras (e também da Tradição) é o papa, sucessor direto de São Pedro, pois Cristo confiou a ele esse ministério. Ao Papa, portanto, devem os católicos obediência em matéria de fé e moral, em função do poder divino a ele conferido.

Os protestantes, apesar de discutir as passagens discordantes da bíblia de forma crítica, acabam tendo que reconhecer que cada um, em conexão direta com Deus, tem a sua interpretação, a sua "verdade", originando-se, dessa forma, o fenômeno da multiplicação das seitas que se constata a partir do século XVI, e que não cessou até hoje.

Cada seita seria uma manifestação de Deus; não importa se defende teses contrárias às das demais, desde que mantenha a "fé" em Cristo. Essa "fé" na verdade se traduziria por um "sentir Cristo"; portanto, trata-se de um ato da vontade e não da inteligência.

A doutrina católica, ao contrário, reconhece que a fé é a adesão da inteligência às verdades reveladas por Deus. Sendo verdades, elas não podem variar nem segundo a pessoa que as interpreta, nem segundo a época, pois a verdade é imutável.

Cabe ao papa guiar os fiéis nos ensinamentos de Cristo confiados à Igreja em depósito, o qual não pode ser alterado até a consumação dos séculos.

Importa pois saber qual das duas visões corresponde à vontade divina, pois aí teremos resolvido o problema da interpretação da Bíblia Sagrada, que é motivo de divergência entre católicos e protestantes. Examinemos pois, em primeiro lugar, as Escrituras.

Os protestantes afirmam que, para defender a posição católica, só existiria uma passagem do Evangelho de São Mateus (XVI, 16-19), a qual não possui paralelo com os dois outros Evangelhos que descrevem a mesma cena, de interpretação duvidosa.

Pedro seria como os demais apóstolos, diferindo apenas no caráter agressivo, o que faria com que liderasse os demais, seguindo e obedecendo a Cristo. Entretanto, Nosso Senhor não teria conferido qualquer primado a Pedro entre os Apóstolos.

O que o Evangelho mostra, entretanto, é que Pedro ocupava um lugar de destaque no colégio Apostólico, e que Cristo fez a ele a promessa da primazia entre os apóstolos, para que, uma vez confirmado, confirmasse os seus irmãos (Lc XXII,32). Utilizaremos na maior parte da demonstração dessa verdade o esquema do livro Igreja, Reforma e Civilização, do Pe. Leonel Franca, Ed. Agir, 6a edição.

Pedro é o mais citado pelos Evangelistas

Podemos constatar a proeminência de São Pedro entre os Apóstolos, em primeiro lugar, pela quantidade de vezes que ele é nomeado nos Evangelhos: vários já fizeram notar que os evangelistas fazem referência a Pedro 171 vezes (114 nos evangelhos e 57 nos Atos dos Apóstolos), enquanto que do apóstolo amado, São João, fazem 46 citações.

É o que se poderia chamar de prova estatística, pois mostra como os Evangelistas consideravam a figura do príncipe dos apóstolos, destacada desde cedo pela autoridade de Cristo.

Veremos mais adiante que São Pedro não é apenas nomeado maior número de vezes, mas principalmente em citações que denotam importância, e que o critério numérico simplesmente serve para reforçar este.

Para impugnar esse argumento, alguns fazem notar que São Paulo é nomeado 160 vezes nos Atos dos Apóstolos, onde Pedro aparece 57 vezes, e que portanto, por esse critério, São Paulo teria mais direito ao título de papa.

Entretanto, o que importa demonstrar, com isso, é que houve um que foi destacado entre os doze apóstolos, designado por Cristo para guiar os demais.

Essa questão diz respeito aos primeiros seguidores de Cristo, e quando o Apóstolo das Gentes se converteu, ela já estava decidida. Só Nosso Senhor poderia nomear um seu representante com tal poder e autoridade.

Cristo muda o nome de Simão para Pedro

Outro destaque exclusivo de Pedro é que Cristo, ao chamá-lo a uma nova e superior vocação, lhe atribui curiosamente um novo nome, que carrega o significado poderoso de, ao mesmo tempo, chefe e fundamento da nova sociedade que terá por missão espalhar os ensinamentos do Mestre pelos quatro cantos do mundo. "Este (André) encontrou primeiro seu irmão Simão, e disse-lhe: Encontramos o Messias. E levou-o a Jesus. E Jesus, fixando nele o olhar, disse: Tu és Simão, filho de João, tu serás chamado Cefas, que quer dizer Pedro (Pedra)" (S. João, I, 41-42).

Analisemos em primeiro lugar a mudança do nome: quantas vezes, em toda a Escritura, Deus muda o nome de alguém? Se são poucas as vezes, conclui-se que esse ato é solene, dada a sua excepcionalidade, que faz concluir a gravidade daquilo que o motivou.

Ora, em toda a Sagrada Escritura Deus muda apenas três vezes o nome de homens, sempre para destacar a dignidade de uma vocação superior: primeiro, muda o nome de Abrão para Abraão, tornando-o o patriarca fiel a Deus e recompensado com a Antiga Aliança e a promessa de uma descendência pujante (Gênesis, XVII, 5-8). O segundo eleito é Jacó, a quem Deus nomeia Israel, renovando as promessas feitas ao avô em relação ao povo judeu. A mais nenhum Deus concede esse privilégio, nem a Reis nem a Profetas, que foram tantos e com tal Santidade! No Antigo Testamento, Deus sela a Aliança com seu povo escolhendo e mudando o nome dos Patriarcas, mostrando de forma inequívoca que unge - separa - seus eleitos.

Nosso Senhor então, na plenitude dos tempos, quando a humanidade se encontra preparada para a grande obra da Redenção, vai novamente distinguir aqueles com quem firmará a Nova e Eterna Aliança, mudando o nome do seu Patriarca, que deverá apascentar seus cordeiros e ovelhas pelos séculos, prometendo-lhe Sua assistência infalível. E muda seu nome não para um qualquer, mas para Pedro (Cefas, que em aramaico - língua falada por Nosso Senhor - quer dizer Rocha), mostrando que sua Igreja não seria fundada sobre areia. Esse é um fato muitas vezes esquecido, ou relegado a um plano inferior, porém tem uma importância enorme, pois demonstra que Pedro deveria ter entre os Apóstolos uma distinção de honra, incompatível com uma idéia de igualdade entre os doze. Notemos que nem São Paulo mereceu tal honra.

Cristo prefere a barca de São Pedro

Outro aspecto interessante da distinção de Pedro diz respeito a sua barca, que desde muito cedo foi interpretada pelos Santos Padres como símbolo da Igreja, unicamente na qual podem se salvar os homens.

Cristo, na sua pregação evangélica, prefere invariavelmente a barca de Pedro. Na verdade, não se nomeia expressamente outra barca de que Cristo tenha se servido.

É na barca de Pedro que ocorre a pesca milagrosa, de uma simbologia extremamente significativa (S. Lucas, V, 3-6). Outra pesca milagrosa irá ocorrer após a ressureição, no lago de Tiberíades, de novo na barca de Pedro (João, XXI, 3,7, 11). A barca de Pedro é chamada de "a barca", por antonomásia, em outras passagens (Mateus, VIII, 23; XIV, 22; Marcos, IV, 36; VI, 45), em oposição às "outras barcas" (Marcos, IV, 36)

Tiremos a conclusão obrigatória: fora da Barca de Pedro não se acha Cristo.

A casa de Pedro em Cafarnaum e o tributo

Dois fatos aparentemente corriqueiros da vida de Cristo se juntam às evidências até aqui acumuladas, e dizem respeito à proximidade do mestre a Pedro. Primeiro, observa-se pelos Evangelhos que, quando Cristo se demora em Cafarnaum, é na casa de Pedro que se hospeda. "Ao sair da Sinagoga, Jesus e os que o seguiam se dirigiram à casa de Pedro e André ..." (Marcos, I,29; Mateus, VIII, 14; Lucas, IV, 38), e que mais tarde, à porta da casa (de Pedro) Jesus fazia milagres. São Marcos, em outras ocasiões, sem mencionar outra casa, diz simplesmente que o Mestre se dirigiu "à casa" e "para casa" (Marcos, II,1; III,20; IX, 32).

É curiosa a diferença nas narrações de São Marcos e São Mateus desse mesmo episódio: este usando artigo - na casa; aquele sem o usar - em casa.

O sentido da primeira expressão é o mesmo que tem, para os franceses, o chez moi, ou seja, em minha casa. Seria um fato estranho São Marcos falar de sua casa, se não soubéssemos ter sido o evangelista discípulo de Pedro. Ao repetir o que ouviu do Apóstolo, ele utiliza a expressão de quem falava da própria casa. São Mateus fala da casa não com sentido próprio, pois falava da casa de outrem. Curioso ainda é que quando os evangelistas falam da casa de Cristo, se referindo à de Nazaré, usam ambos o artigo, evidenciando o detalhe sutil e extremamente probatório da passagem.

Portanto, o Evangelho de S. Marcos demonstra que, em Cafarnaum, Cristo se hospedava na casa de Pedro.

O segundo fato, que está estreitamente ligado ao primeiro, é que Cristo manda pagar o tributo do templo por si e por Pedro, quando os coletores de impostos vão à casa deste cobrar pelo Mestre " ... vosso mestre não paga a didracma? Ele (Pedro) respondeu-lhes: sim. E depois que entrou em casa , Jesus o preveniu, dizendo: Que te parece Simão? De quem recebem os reis da terra o tributo ou o censo? De seus filhos ou de estranhos? E Ele (Pedro) respondeu: dos estranhos. Disse-lhe Jesus: logo são isentos os filhos. Todavia, para que os não escandalizemos, vai ao mar e lança o anzol, e o primeiro peixe que subir toma-o, e, abrindo-lhe a boca, acharás dentro um estater: tira-o e dá-lho por mim e por ti."(Mateus, XVII, 24-27).

Esse é um sinal tão distintivo da preferência de Nosso Senhor pelo apóstolo, que os demais, logo que Pedro se afasta, cercam o mestre para saber quem seria o maior no reino dos céus (Mateus, XVIII, 1).

Sobre esse texto, Clemente de Alexandria exclamava: "Bem aventurado Pedro, o escolhido, o preferido, o primeiro dos discípulos, único pelo qual Cristo pagou tributo." (Qui dives Salvetur, 21, Migne, Patrologia serie Grega, IX, 625. - citado pelo Padre Leonel Franca).

A lista dos Apóstolos

Todas as vezes que os evangelistas nomeavam os doze apóstolos, o faziam invariavelmente começando por Pedro e terminando por Judas, com os demais ocupando lugares diferentes (S. Mateus, X, 2-4, S. Marcos, III, 16-19, S. Lucas, VI, 14-16, Atos, I, 13).

Se não é difícil imaginar o porquê do último lugar ao traidor, também não o é o primeiro para Pedro. São Mateus é explícito: "Primeiro, Simão que se chama Pedro." (S. Mateus, X, 2-4).
Primeiro em quê? Em idade, em chamado para a vocação? Nem um, nem outro.

Se fosse correta a primeira hipótese, a ordem dos demais seria sempre a mesma, e se o fosse a segunda, André e outro discípulo seriam os primeiros nas listas (S. João, I, 35-42).

Em ocasiões excepcionais da vida de Cristo, três apóstolos sempre O acompanhavam: Pedro e outros dois. Na ressureição da filha de Jairo, na manifestação de sua onipotência, na agonia do jardim das oliveiras, no mistério de suas dores, eles estiveram presentes (Marcos, V, 37; IX, 1; XIV, 33 e outros paralelos).

Às vezes, todo o Colégio Apostólico segue a Pedro numa expressão coletiva: "Pedro e os que o acompanhavam" (Marcos, I, 36).

Lemos também no evangelho de S. João que é Pedro quem responde por todos na questão da explicação de Cristo sobre a necessidade de se comer sua carne e beber o seu sangue (portanto, da presença real de Cristo na hóstia), ocasião em que alguns discípulos abandonaram o Mestre.
Depois que Pedro se pronuncia, ninguém mais abandona Cristo.

A grande promessa

Um dos motivos da grande resistência à primazia de Pedro é o fato dele não ter exercido nenhum poder entre os Apóstolos mesmo após as palavras de Cristo que lhe teriam dado esse poder.
O que não entendem os inimigos do papado é que Cristo fez uma promessa a Pedro, e não uma nomeaçao imediata. Não faria sentido Cristo designar Pedro para que guiasse as almas enquanto Ele estivesse no mundo.

Se os Apóstolos e Discípulos se questionavam quem seria o primeiro, ou o maior no reino, era porque pouco entendiam do que Nosso Senhor ensinava por serem almas toscas, e não porque haveria dúvida acerca da primazia. Essa questão já estava definida.

Para que se compreenda, vejamos o seguinte fato: que verdade estaria mais clara para os discípulos de Cristo, do que o caráter transcendental do seu reino? Nosso Senhor continuamente lhes dizia que seu reino não era deste mundo; no entanto, pouco antes da Ascensão aos Céus, um discípulo pergunta se Cristo iria restituir o reino de Israel naquele momento (Atos, I, 7)!

A mãe de Tiago e João pede um lugar de destaque no reino para os filhos (S. Mateus, XX, 24); quando os discípulos disputavam para ver quem era o maior, Cristo os repreendeu dizendo que "Entre os gentios, os reis exercem dominação sobre os súditos. Entre vós, não há de ser assim; antes, o que é maior entre vós faça-se como o menor, e o que manda como o que serve." (S. Lucas, XXII, 25-27).

Com isso Cristo ensina uma nova forma de exercer a autoridade, mais perfeita, e não pretende combater a primazia daquele que manda, pois aplica a regra de humildade a si mesmo; em outra passagem (S. João, XIII, 13), o mesmo Cristo se diz Mestre e Senhor; aquele pois, que é mestre, sirva para dar o exemplo e praticar a humildade, e não para deixar de ser mestre.

O "Tu es Petrus"

Se todos esses episódios nos servem para reconstituir o quadro da predileção por Pedro, a passagem da grande promessa é o momento solene da confirmação dessa vocação singular.

Cristo dirige-se a Pedro, após sua maravilhosa profissão de fé ("Que dizem os homens de mim (...) que dizeis vós?" "Tu és o Cristo, Filho de Deus vivo"!), e confirma sua promessa: "Bem aventurado és Simão Barjona, porque não foi a carne e o sangue que a ti revelou, mas sim meu Pai que está nos céus, e eu digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado também nos céus"(S.Mateus, XVI, 16-19)

Nunca houve texto mais deturpado, mais recortado e refeito, na busca desesperada de alterar-lhe o sentido, que se apresenta simples. Para os protestantes, Cristo estaria falando de duas pedras. A primeira pedra ("tu és pedra") não é pedra; no máximo, é uma pedra menor, diferente da segunda ("sobre esta pedra"). A primeira é Pedro, a segunda, Cristo, ou a confissão de Pedro, conforme o examinador.

Porém, o texto se dirige todo a Pedro - "tu és Pedro..."; "eu te darei as chaves..."; "tudo que (tu) ligares..." - em resposta à sua confissão, como um prêmio pela sua defesa pública da fé. O texto não traz qualquer interrupção lógica, para passar a se referir a Nosso Senhor. Se assim fosse, a frase ficaria sem sentido: "tu és Pedro, mas não edificarei a minha Igreja sobre ti, senão sobre mim; as chaves do céu porém te darei."

Ora, é impossivel admitir que a Sabedoria Divina tenha se expressado de forma tão confusa, ainda mais se nos lembrarmos da mudança do nome de Pedro. Lembremos ainda que Cristo falava em aramaico, língua em que Pedro e pedra significam, ambos, Cefas. Não resta qualquer espaço para dúvidas.

Mas, dirão ainda os protestantes: em várias passagens se diz que Cristo é a pedra, o fundamento! Não há dúvida. Mas só Cristo é pedra? Vejamos o que Nosso Senhor diz:"eu sou a luz do mundo" (S. João, VIII, 12) e depois: "Vós sois a luz do mundo", dirigindo-se aos apóstolos (Mateus, V, 15).

Duas luzes? Sim. Há, portanto, luz e luz, pedra e pedra. Uma luz fonte, outra luz reflexo; uma pedra fundamento invisível, causa e fim dos homens, outra pedra fundamento visível, rocha de sustentaçao da Igreja indefectível e guia infalível dos homens.

Mas não é necessário prolongar a explicação de algo tão evidente, que mesmo alguns protestantes mais honestos já reconheceram. Reproduzimos apenas uma citação feita pelo padre Franca - P. F. Jalaguier, em seu L'Eglise, Paris 1899, p. 219: "Nous nous plaçons encore ici sur le terrain qui leur est le plus favorable (aos católicos) parce qui'll est à nos yeux le seul vrai; et nous admettons que ce passage renferme une promesse spéciale fait à Saint Pierre" ["Nós nos colocamos ainda aqui num terreno que lhe é mais favorável (aos católicos) porque ele é, a nossos olhos, o único verdadeiro; e nós admitimos que essa passagem contém uma promessa especial feita a Pedro"] .

As chaves do reino dos céus

As doação das chaves indica o poder conferido a alguém de abrir ou cerrar o acesso da casa, da cidade, do reino, sendo costume entre os orientais o suspender as chaves aos ombros em sinal de autoridade.

Não há dúvida de que Cristo confere a Pedro um poder singular, que sempre foi entendido na Igreja como poder infalível (o que ligar na terra, será ligado no céu) e condicionado à vontade divina (o papa não força Deus a ligar ou desligar, mas só pode ligar ou desligar o que Deus quer no céu), e que foi ratificado no Concílio Vaticano I, no século XIX, com a solene proclamação do dogma da Infalibilidade Papal.

Os protestantes freqüentemente atacam esse dogma por desvirtuarem estas duas verdades - o ligar e desligar condicionado, e a ratificação (e não invenção) do dogma;
Na verdade, Cristo não poderia ter agido de outra forma, se quisesse que sua Igreja triunfasse durante os séculos, senão conferindo ao pastor universal, Seu representante na Terra, um poder infalível.

Se esse poder fosse falível, como esperar que não perecesse?

É exatamente o que ocorre com as seitas derivadas do movimento reformador de Lutero, surgindo e desaparecendo aos borbotões.

O "Pasce oves mea"

Como se isso tudo não bastasse, temos ainda o trecho soleníssimo em que Cristo confia o seu rebanho a Pedro, dando-lhe portanto seu poder de jurisdição sobre os cristãos.

A Pedro, e a ninguém mais, é confiado o pastoreio das ovelhas e dos cordeiros, a que nosso Senhor pede três vezes a confirmação de Pedro, e três vezes o confirma: "Disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes? Respondeu-lhe Pedro: Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo. Disse-lhe (Jesus): Apascenta os meus cordeiros. Disse-lhe outra vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo. Disse-lhe (Jesus): Apascenta os meus cordeiros. Disse-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Ficou triste Pedro, porque pela terceira vez, disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo. Disse-lhe (Jesus): Apascenta as minhas ovelhas." (S. João, XXI, 15-17)

Ora, Cristo não possuía nem cordeiros nem ovelhas. O que Ele confia a Pedro é seu rebanho de almas, constituindo-o seu pastor.

Aqui novamente temos Pastor e pastor, pois Nosso Senhor é o bom pastor. Alguns tentam reduzir esse episódio a uma mera reconciliação do Apóstolo com Cristo, após a tríplice negação de Pedro na casa de Anás e Caifás, antes da crucificação de Cristo. Porém, esquecem-se que após a Ressurreição, é a Pedro que Cristo aparece primeiro (São Lucas XXIV, 34), mostrando que a traição não fizera Pedro perder sua primazia: Cristo continua considerando Pedro o primeiro.

Cristo, sem dúvida, fez Pedro compreender o horror do pecado e o perigo de não se fugir da ocasião de pecado. O Evangelho nos conta que Pedro chorou amargamente. De fato, que dor não deve ter experimentado o Apóstolo, ao cair num pecado justamente contrário à virtude que mais vemos presente nele: a defesa pública da verdade, o desafiar o respeito humano. Aliás, essa virtude ele que irá praticar em grau heróico a partir de então, dando sua vida pela expansão da Igreja.

Unicamente em relação a Pedro, portanto, vemos a significativa mudança do nome, a sempre testemunhada primazia entre os Apóstolos, o pagamento do tributo, o uso exclusivo de sua casa em Cafarnaum e de sua barca, a promessa solene de ser fundamento da Igreja, a entrega das chaves do reino dos céus, a nomeação para o pastoreio dos fiéis.
E há aqueles ainda que não vêem diferenças entre os doze apóstolos!

Para esses, resta a esperança da promessa de Cristo, de que poderia das pedras fazer filhos de Abraão. Para isso, porém, terão que aceitar que Cristo, de um filho de Abraão, fez Pedra.

São Pedro, após a ascensão de Cristo, assumirá seu dever de pastor universal, conduzindo a Igreja nascente. Após sua morte, será substituído, no decorrer dos séculos, pelos seus legítimos sucessores, os papas, até a consumação dos tempos, sob a assistência infalível de Cristo.

Brasões dos Atuais Cardeais do Brasil

2007 - Odilo Pedro Scherer (1949 - ) - Rio Grande do Sul
2003 – Dom Eusébio Oscar Cardeal Scheid, S.C.J. (1932 - ) - Santa Catarina
2001 – Dom Geraldo Majella Cardeal Agnelo (1933 - ) - Minas Gerais
2001 –Dom Frei Cláudio Cardeal Hummes, O.F.M. (1934 - ) - Rio Grande do Sul
1998 –Dom Serafim Fernandes de Cardeal Araújo (1924 - ) - Minas Gerais
(Brasão não encontrado)
1988 – DomJosé Freire Cardeal Falcão (1925 - ) - Ceará
1973 – Dom Frei Paulo Evarito Cardeal Arns, O.F.M. (1921 - ) - Santa Catarina

1969 – Dom Eugênio de Araújo Cardeal Sales (1920 - ) - Rio Grande do Norte

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Dom Orani toma posse como novo Arcebispo

Dom Orani recebendo o governo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro


O novo arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, tomou posse hoje, 19, de suas atividades no pastoreio da arquidiocese.

A acolhida de Dom Orani foi em Missa celebrada na Catedral São Sebastião, com a presença do Núncio Apostólico, Dom Lorenzo Baldisseri, o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, o Cardeal Arcebispo de Salvador (BA), Dom Geraldo Majella, os Cardeais do Rio de Janeiro, Dom Eusébio Scheid e Dom Eugênio de Araújo Sales, e inúmeros Arcebispos e Bispos, além de sacerdotes e diáconos da arquidiocese, autoridades civis, como o Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o prefeito da cidade, Eduardo Paes, e os fiéis que lotaram a Catedral, cerca de 20 mil pessoas.

Dom Eusébio deu início à Celebração e acolheu aos fiéis presentes e seus irmãos no episcopado. Em seguida, ocorreu a leitura da Carta Apostólica do Papa Bento XVI que nomeou Dom Orani como novo arcebispo do Rio de Janeiro.

Missão do bispo

O Núncio Apostólico, Dom Lorenzo, leu sua mensagem ao novo arcebispo e lembrou um pouco da história do Rio de Janeiro, uma das sedes episcopais mais antigas do Brasil, cidade marcada por fortes raízes religiosas mas também por grandes desafios. Dom Lorenzo destacou que a missão de Dom Orani está em "ensinar, santificar e governar o povo de Deus".

E disse aos fiéis: "Deus escolheu Dom Orani para ser vosso pastor, acolhei-o com grande afeto e abertura de coração, como vosso pai espiritual, procurando ver nele o exemplo de Jesus, Bom Pastor".

Finalmente, junto com Dom Eusébio, Dom Lorenzo entregou o báculo a Dom Orani simbolizando a entrega da Arquidiocese em suas mãos. Em seguida, o novo arcebispo foi saudado por seus irmãos no episcopado e presidiu o restante da Celebração.

Em sua homilia, Dom Eusébio, falou sobre a missão do bispo, que deve ser "sacramento da bondade de Deus". Em seu sorriso, seus gestos, sua fala, tudo deve transparecer a força e a eficácia dessa bondade.

E referindo-se a Dom Orani, convidou-o a ser sempre um promotor da vida e da verdade em qualquer momento.

Mensagem de Dom Orani

Em suas primeiras palavras como Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani fez um agradecimento a Deus que nos enviou Jesus Cristo, nosso Salvador, e que nos conduz com seu Espírito Santo. [Ouça a íntegra]

Dom Orani destacou que chega na arquidiocese "como cristão, discípulo de Jesus Cristo, que foi escolhido como apóstolo para anunciar o Reino de Deus a todos. Venho como um cristão que sabe que toda terra é sua pátria e não se sente estrangeiro em nenhum lugar, mas que, também, caminha para a Pátria Definitiva".

Ao lembrar de todos os lugares por onde passou desde sua juventude, destacou que chega ao Rio de Janeiro, "carregado pelas orações de milhões de irmãos e com o compromisso de continuarmos unidos, levando adiante a nossa vida de evangelização".

"Venho para tornar-se não só habitante desta cidade, mas para viver a vida e as lutas dos que aqui fazem a sua morada", enfatizou.

Refletindo sobre seu lema "Que todos sejam um", disse que é o que pretende vivenciar em todas as realidades, para que a Igreja, com suas diversidades de dons e carismas, na unidade possa evangelizar, para que o mundo creia, diante das contrariedades que hoje afligem a sociedade.

E, sobre os desafios, destacou que não traz soluções prontas, mas sim "abertura para o diálogo e reflexão que nos ajude a encontrar os melhores caminhos para a solução dos problemas".

Ao final da Celebração, Dom Orani concedeu a bênção apostólica com indulgência plenária aos fiéis presentes na Catedral.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Arquidiocese acolhe Dom Orani


Um dia histórico para a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Dez mil pessoas na Catedral Metropolitana, transmissão ao vivo pelas redes de TV católicas, autoridades civis e eclesiásticas de todo o país. A posse de Dom Orani João Tempesta, novo Arcebispo do Rio, foi o grande evento da Igreja Católica neste domingo da Misericórdia, dia 19 de abril.

- Assumo hoje a Arquidiocese do Rio de Janeiro como alguém que é assumido por esse povo e, ao mesmo tempo, que vem para viver a vida de cada dia: visitar as pessoas, as comunidades, o povo, tentando encontrar os melhores caminhos para uma vida melhor, mais justa e solidária.

Entre as autoridades civis estavam presentes o prefeito do município do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o vice-governador do estado do Rio, Luiz Fernando Pezão e a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa.

- Nós viemos com a tristeza de quem perde um arcebispo da qualidade de Dom Orani, mas ao mesmo tempo com uma imensa alegria por saber que Deus só coloca nas mãos de quem tem condições, missões tão difíceis. Ele sempre mostrou a sua opção pelos mais pobres, sua vontade de fazer parceria, e soube construir essas parcerias para melhorar a vida dos mais necessitados, explicou a governadora do Pará.

Dom Geraldo Lyrio Rocha, presidente da CNBB e Arcebispo de Mariana-MG, Dom Odilo Pedro Scherer, Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Geraldo Magela, Cardeal Arcebispo de Salvador, Dom Eugenio Sales, Cardeal Arcebispo Emérito do Rio, entre outros, representaram a Igreja do Brasil na posse do novo pastor do Rio, além dos bispos auxiliares desta Arquidiocese.

Com quase três horas de duração, a missa de posse começou após a chegada de Dom Orani Tempesta à Catedral, ao lado de Dom Eusébio Scheid e do Núncio Apostólico, Dom Lorenzo Baldisseri. Depois de entrarem pelo vão central da Catedral, os três se dirigiram à capela do Santíssimo Sacramento para orar. De lá, seguiram para se paramentar e teve início a celebração.

Depois de ouvir a leitura da Carta Apostólica do Papa Bento XVI e as palavras do Núncio, Dom Orani recebeu o báculo de novo pastor do povo carioca e assumiu a presidência da celebração. A homilia, porém, foi feita pelo Cardeal Arcebispo Emérito Dom Eusébio Oscar Scheid.

- Hoje na liturgia está no centro a misericórdia e a fé. Dom Orani começa o seu goveno pastoral com muita fé, com muito amor e nas horas difíceis coloque também os dedos nas chagas de Cristo. O senhor está aqui por causa do seu Senhor e seu Deus e é por isso que nós desejamos a Ele que permaneça conosco, disse Dom Eusébio em sua homilia.

Dom Orani tomou a palavra no final da celebração e disse de sua alegria em estar com o povo carioca.- Desde minha nomeação tantos me falaram de vocês, do carinho, da fé, do entusiasmo e agora venho para servir. Coloquei um espaço no meu coração para amá-los. Eis me aqui.

De Belém do Pará, arquidiocese que Dom Orani deixa para assumir a Igreja no Rio, vieram desde a governadora do Estado a fiéis leigos que atuavam por lá.

- Considero Dom Orani um santo padre, que valoriza muito a oração. Entre as mudanças que ele fez, enquanto Arcebispo de Belém, destaco a organização de uma capela onde o Santíssimo Sacramento fica exposto 24 horas, lembra Maria da Conceição Souza, da Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, de Belém do Pará.

A emoção da festa contagiou os cariocas. Representantes de várias paróquias participaram da posse e aguardam com esperança as ações do novo Arcebispo.

- A gente espera que ele (Dom Orani) venha cheio do Espírito Santo pra conduzir as ovelhas que Dom Eusébio passou pra ele hoje. A expectativa é que as coisas vão melhorar muito na nossa Igreja, que já é linda, afirmou Néia Azevedo, da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, da Glória.

Entre os milhares de fiéis, um grupo chamava atenção pela concentração e silêncio. Cerca de 20 surdos acompanhavam com entusiasmo cada momento da celebração da posse. O professor César Bacchim através da Libras (Língua Brasileira dos Sinais) reproduzia cada palavra que era dita no altar.

- Tivemos hoje na missa um surdo e uma cega participando da procissão. Então pra nós foi uma união mesmo, como o lema do Arcebispo ‘para que todos sejam um’, é bom que ouvintes e surdos estejam juntos, afirmou o professor.

Em entrevista à imprensa, após a missa, Dom Orani falou de sua emoção como novo Arcebispo do Rio.

- Me sinto muito emocionado em poder acolher o chamado do Santo Padre de vir aqui ao Rio de Janeiro para servir, não só a Igreja Católica, mas servir como um sinal para toda essa cidade que clama por vida, por paz e por fraternidade.

Missa de Posse de Dom Orani Tempesta, novo Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro



































segunda-feira, 20 de abril de 2009

Ordenação. Monsenhor já é Bispo Tarcisio


A Sagração Episcopal de Monsenhor Tarcisio Nascentes dos Santos, na manhã do sábado que antecede o domingo da misericórdia, proporcionou um momento histórico e cheio da graça de Deus para toda a Igreja do Brasil. Após mais de 55 anos, o povo de Deus acompanhou no Ginásio Dom Bosco - em Santa Rosa - a ordenação de um bispo, proveniente da Arquidiocese de Niterói. Dom Tarcisio apascentará e conduzirá a diocese de Divinópolis para a verdade total, como afirmou Dom Frei Alano Maria Pena OP, em homilia.

Dom Tarcisio recebido com aplausos na entrada da celebração teve como Bispos Consagrantes Dom José Belvino do Nascimento e Dom Rafael Llano Cifuentes. Além do Bispo Ordenante Principal e dos consagrantes, já citados, vários epíscopos estavam no altar participando da sagrada eucaristia. A pedido de Dom Alano, logo no inicio da missa, uma salva de palmas foi dirigida a mãe de Dom Tarcisio que está hospitalizada.

Depois de um longo período de aplausos da assembléia, já como Dom Tarcisio, o bom pastor disse: “É assim que me sinto, querendo acolher a todos com muita alegria e com muita gratidão”.