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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

S. João Bosco - Dia 31 de Janeiro

Fundador da Pia Sociedade São Francisco de Sales
(Salesianos de Dom Bosco - SDB)

S. João Bosco nasceu em Castelnuovo d'Asti, Piemonte, Itália, a 16 de Agosto de 1815, numa família de camponeses pobres. Desde pequeno sentiu-se chamado a dedicar a sua vida aos jovens, mas para realizar o seu sonho teve de vencer numerosas dificuldades e sujeitar-se a grandes privações e sacrifícios. Ordenado sacerdote em 1841, gastou todas as energias da sua natureza e todo o arrojo do seu zelo incansável na criação de obras educativas para a juventude abandonada, na defesa da fé ameaçada das classes populares, e na atividade missionária de evangelização de terras longínquas.
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A 5 de Agosto de 1872, São João Bosco, com outra Santa, Maria Domingas Mazzarello, fundou as Filhas de Maria Auxiliadora (F.M.A) para a educação e promoção das jovens. Anos depois, fundou os "Salesianos Externos", os "Cooperadores Salesianos". São leigos que desejam partilhar os mesmos anseios educativos para o bem da juventude pobre.
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Desta espiritualidade salesiana, desabrochou um amplo movimento salesiano: um instituto de leigas consagradas (as "voluntárias de Dom Bosco"); muitas Congregações que aderem a este estilo de vida e tantos "amigos de Dom Bosco", que afetiva e operativamente se relacionam com este "mundo salesiano". Com sentimento de humilde gratidão, cremos que esta família não nasceu apenas de projeto humano mas por iniciativa de Deus.


Recebem o nome de "Salesianos" as pessoas que pertencem à Família Salesiana de São João Bosco. A Família Salesiana foi fundada por São João Bosco para a educação e promoção da juventude mais pobre e a classe popular. A 3 de Abril de 1874 a Igreja aprovou a Congregação Salesiana formada por Sacerdotes e Irmãos que se propõem serem "sinais e portadores do amor de Deus aos jovens, especialmente aos mais pobres". O fundador deu a esta Congregação Religiosa o nome de "Sociedade de S. Francisco de Sales" porque a espiritualidade deste santo devia inspirar um estilo educativo que denominou "Sistema Preventivo". Para distinguir esta Congregação de outros institutos inspirados também em S. Francisco de Sales, mas não fundados por S. João Bosco, os membros deste Instituto recebem a sigla de S.D.B. (Salesianos de Dom Bosco).



DECRETO PONTIFÍCIO (Por ocasião da canonização de Dom Bosco)
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No decorrer do século XIX, quando por toda a parte, chegavam à maturação os venenosos frutos de destruição da sociedade cristã, cujos germes haviam sido tão largamente disseminados pelo século anterior, a Igreja, principalmente na Itália, viu-se à mercê de muitas procelas contra si levantadas, nesses tristes tempos, pela maldade dos homens. Contemporaneamente, porém, a misericórdia divina enviou, para auxílio de sua Igreja, válidos campeões, para que evitassem a ruína e conservassem entre o nosso povo a mais preciosa das heranças recebidas dos Apóstolos – a fé genuína de Cristo.
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De fato, no meio das dificuldades daqueles tempos, surgiram entre nós, homens de ilibadíssima santidade e, mercê de sua prodigiosa atividade, nenhum assalto dos inimigos, logrou desmantelar as muralhas de Israel.
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Sobressai entre os demais, por elevação e espírito de grandeza de obras, o Bem-Aventurado João Bosco que, no tristíssimo evoluir dos tempos se constituiu, durante o século passado, qual marco miliário apontando aos povos o caminho da salvação. Porquanto, “Deus o suscitou para justiça”, segundo a expressão de Isaías, e “dirigiu todos os seus passos”. E, na verdade, o Bem-aventurado João Bosco, por virtude do Espírito Santo, resplandeceu diante de nós como modelo de sacerdote feito segundo o coração de Deus, como educador inigualável da juventude, como fundador de novas famílias religiosas e como propagador da fé.
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De humilde condição, nasceu João Bosco numa casa campestre, perto de “Castelnuovo d’Asti”, de Francisco e Margarida Occhiena, pobres mas virtuosos cristãos, aos 16 de agosto de 1815. Tendo perdido o pai na tenra idade de dois anos, cresceu na piedade sob a sábia e santa guia materna. Desde menino, resplandeceu nele uma índole excelente, a que andavam unidas grande agudeza de engenho e tenacidade de memória, aprendendo num instante quanto lhe era ensinado pelos mestres, primando sempre, sem contestação, nas classes, pela rapidez no aprender e facilidade de intuição.
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Depois de alguns anos de áspera e laboriosa pobreza, que lhe rebusteceu a fibra, preparando-o para as mais árduas provas, com o consentimento da mãe e recomendação do bem-aventurado José Cafasso (*), entrou para o seminário de Chieri, onde, por espaço de seis anos, se dedicou com ótimo aproveitamento, aos estudos. Recebeu, finalmente, a ordenação sacerdotal, em Turim, aos 05 de junho de 1841. Poucos meses após, admitido ao Colégio Eclesiástico de São Francisco de Assis, sob a direção do bem-aventurado José Cafasso, exercitou com grande vantagem das almas, o ministério sacerdoral nos hospitais, nos cárceres, no confessionário e na pregação da palavra de Deus.
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Formado assim neste exercício prático do sagrado ministério, sentiu acender-se, mais viva do que nunca em seu espírito, a peculiar vocação alimentada por inspiração divina desde sua adolescência, qual a de atender e dirigir para o bom caminho a juventude, particularmente a abandonada. Sua perspicácia havia já intuído, de quanta utilidade devesse ser este meio para preservar a sociedade da ruína a que estava ameaçada e, para a atuação de tal desígnio, dirigiu os esforços de seu nobre coração com tão felizes resultados que, entre os educadores cristãos contemporâneos, figura ele indubitavelmente, em primeiro lugar.
O próprio nome “Oratório”, dado à sua instituição, faz-nos ver sobre quão firme base tenha construído todo o edifício, isto é, sobre a doutrina e piedade cristã, sem a que baldada se torna, qualquer tentativa de arrancar às paixões viciosas o coração dos jovens e endereça-lo para ideais mais nobres. Nisto, porém, usava ele tanta doçura que os jovens quase que, espontaneamente, sorviam e amavam a piedade, não já constrangidos, mas por verdadeira convicção, e uma vez ganho seu afeto, levá-los-ia sem dificuldade para o bem.
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A fim de perpetuar a existência de sua obra e prover assim mais eficazmente a educação juvenil, animado pelo Bem-aventurado José Cafasso e pelo Papa Pio IX, de santa memória, fundou a “Pia Sociedade de São Francisco de Sales” e, algum tempo depois, o “Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora”.
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Hoje as duas famílias formam um conjunto de quase vinte mil membros, espalhados por todo o mundo em cerca de mil e quinhentas Casas. Milhares e milhares de crianças de ambos os sexos recebem sua formação literária e profissional. Seus Filhos e Filhas também se encarregam , generosamente, da assistência aos enfermos e aos leprosos e, alguns deles, contraindo este terrível morbo, sucumbiram vítimas de sua caridade. Dignos filhos de tão grande Pai!
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Nem deve passar desapercebida a instituição dos Cooperadores, isto é, uma associação de fiéis, em sua maioria leigos que, animados do mesmo espírito da Sociedade Salesiana e como essa dispostos a qualquer obra de caridade, tem por escopo prestar, segundo as circunstâncias, válido auxílio aos párocos, aos bispos e ao mesmo Sumo Pontífice. Primeiro e notável ensaio de “”Ação católica!”
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A Associação foi aprovada por Pio IX e, em vida ainda do bem-aventurado Jão Bosco, alcançou a cifra de oitenta mil sócios.
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Mas, o zelo das almas que lhe ardia no peito, não se limitou tão somente ao círculo das nações católicas; alargando o horizonte de sua caridade, enviou os missionários de sua família religiosa à conquista dos gentios para Cristo.
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Aos primeiros que, chefiados por João Cagliero, de santa e gloriosa memória, se dedicaram à evangelização das extremas terras da América Meridional, surgiram muitos e muitos outros salesianos que espalhados agora aqui e ali pelo mundo, levam intrepidamente o cristianismo aos povos infiéis.
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Quantas e quão grandes coisas tenha ele feito e padecido pela Igreja e pela tutela dos direitos do romano Pontífice, seria difícil dizer-se. Pode-se aplicar, portanto, ao bem-aventurado João Bosco, as palavras que temos de Salomão: Deus lhe deu sapiência e prudência extremamente grande, e magnitude imensurável como a areia que está na praia do mar. (3 Re, 4, 29). Deu-lhe Deus sapiência, pois que, renunciando a todas as coisas terrenas, aspirou unicamente promover a glória de Deus e a salvação das almas. Era seu mote: “Dai-me as almas e ficai-vos com o resto”.
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Cultivou em grau supremo a humildade; tornou-se insigne no espírito de oração, tendo a mente sempre unida a Deus, se bem que parecesse continuamente distraída por uma multidão de afazeres.

Nutria extraordinária devoção para com Maria Santíssima Auxiliadora, e experimentou inefável alegria quando pode edificar em sua honra, na cidade de Turim, o célebre templo, do alto de cuja cúpula campeia a Virgem Auxiliadora, Mãe e Rainha, sobre toda a casa de Valdoco.
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Morreu santamente no Senhor, em Turim, aos 31 de janeiro de 1888. Crescendo, dia a dia, sua fama de santidade, foram, pela Autoridade Ordinária, instaurados os processos; a causa da beatificação foi introduzida por Pio X, de santa memória, em 1907. A Beatificação foi depois solenemente celebrada na Basílica Vaticana, com regozijo de toda a Igreja, no dia 2 de junho de 1929.
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Reencetada a Causa no ano seguinte, foram feitos os processos sobre duas curas que pareciam devessem ser atribuídas a milagre divino. Pelo decreto de 19 de novembro deste ano, foram aprovados os dois milagres operados por Deus e atribuídos à intercessão do Bem-aventurado.
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Desfeita a última dúvida, isto é, se em vista da aprovação dos dois milagres, depois que a Santa Sé concedera culto público ao Bem-aventurado, se poderia proceder com segurança à sua solene Canonização. Esta dúvida foi proposta ao Eminentíssimo Cardeal Alexandre Verde, Ponente ou Relator da Causa, na Congregação geral da S.C. dos Ritos, realizada em presença do Santo Padre no dia 28 de novembro. Todos os eminentíssimos Cardeais presentes, Oficiais, Prelados e Padres Consultores deram parecer unânime e afirmativo, parecer que o Santo Padre jubilosamente aceitou, deferindo, todavia, o seu juízo para o dia 3 de dezembro, primeiro domingo do advento.
Portanto, o Santo Padre, em 3 de dezembro de 1933, dia também consagrado a São Francisco Xavier, padroeiro da Obra da Propagação da fé, fez a solene declaração neste sentido. A canonização teve lugar a 1 de abril de 1934, no dia da Ressurreição, último Ano Santo da Redenção, na presença de toda a Corte Pontifical, no meio de um esplendor extraordinário, diante de perto de 300.000 pessoas.

Reflexões:

São João Bosco é uma das figuras mais eminentes, entre os santos dos nossos dias. O bem que fez à família de Cristo na terra e com isto às almas, é extraordinário. A nota caracterítica em sua vida e em sua obra, é o zelo pelas almas. Outro interesse não conhecia, a não ser este: Ganhar almas para o céu. Este zelo o fazia exclamar: “Dai-me almas, senhor, com todo o mais podereis ficar”.

No trabalho pela salvação das almas, se esquece de si próprio, sacrifica comodidade, conforto e saúde. É incansável. Dia e noite está ocupado com a realização de seu ideal: Implantar nos corações dos jovens o amor a Cristo e à Mãe Santíssima. Seu apostolado, abençoado e acompanhado pela mãe, é grandioso e universal. Não há ramo de ação católica que a obra de São João Bosco não abranja: Ensino, doutrina, arte, caridade e imprensa. Assim, este grande santo apresenta a personificação mais completa de Nosso Senhor em nossos dias. Sua vida ativa e contemplativa é a vida de Jesus Cristo em perfeita imitação.

Demos graças a Deus por ter dado este grande apóstolo à Igreja Católica e peçamos-lhe a graça de, por intercessão de seu santo servo, crescermos cada vez mais no amor a Jesus Cristo, a sua Santa Igreja, e aumente-nos de dia para dia o zelo apostólico pela salvação das almas. Zelo pela salvação das almas não é virtude que somente aos sacerdotes deve pertencer. O mandamento da caridade se dirige a todos, e a petição “venha a nós ,o Vosso reino”, do Pai-Nosso, fala-nos do dever que temos de trabalhar pela solidificação e propagação do Reino de Deus sobre a terra. Os pais devem zelar pela santificação dos seus filhos; os superiores tem obrigação de promover a vida em Deus dos seus súditos. Cada estado tem deveres especiais, que se relacionam ao bem espiritual do próximo.

Quem julga que nada pode fazer pela salvação do próximo, faça uso da oração e edifique o próximo pelo bom exemplo. Quem diz não saber em que intenções deve rezar, ótimas indicações poderá encontrar nas intenções mensais do Apostolado da Oração, abençoadas pelo Santo Padre.

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